segunda-feira, 28 de março de 2011

BRITNEY SPEARS - Femme Fatale

Até que enfim Britney Spears fez um disco à altura da fama! Lançado esta semana, o sétimo álbum de estúdio da artista, ‘Femme Fatale’, põe Britney na pista de Lady Gaga. O CD é totalmente dedicado à vertente mais pop da ‘dance music’. Um time de produtores antenados — em que se destacam Dr. Luke e Max Martin — conectam Britney às batidas mais contemporâneas.

Destaque do repertório, ‘Till the World Ends’ é contagiante tema de electro-pop assinado por Ke$ha. Faixas como ‘I Wanna Go’ e ‘Hold It Against me’ também têm pegada sedutora e fazem de ‘Femme Fatale’ o primeiro álbum realmente bom lançado por Britney na carreira iniciada nos anos 90 em tom adolescente.
É fato que o mérito de ‘Femme Fatale’ é mais dos produtores do que da própria Britney, que nem pode ser considerada uma cantora. Mas é fato também que o disco soa coeso ao longo de suas 12 faixas (uma edição especial adiciona mais quatro temas ao repertório do álbum original).
‘Big Fat Bass’, faixa que traz Will.I.Am (o ‘rapper’ do grupo Black Eyed Peas) como produtor e convidado, é uma das curiosidades de um disco que surpreende ao flertar de forma bem ligeira com o ‘dubstep’ (um estilo de ‘dance’ mais sombrio da cena inglesa) em breves passagens de faixas como ‘How I Roll’.
No fim, a balada ‘Criminal’ — em cuja letra mãe e filha confessam estarem apaixonadas por um bandido — reitera a boa impressão deixada pelo sexy CD. Britney Spears, enfim, é notícia por sua música!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 28 de março de 2011;






O sétimo álbum da americana foi lançado no fim de março nos EUA e acaba de chegar por aqui. A aposta do CD é a dançante "Hold It Against Me", que, se não é fantástica, pode funcionar nas pistas. No mais, o disco não traz novidades e dificilmente será lembrado como um grande sucesso de Britney.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 11 de abril de 2011;





Apesar de convites irrecusáveis à pista de dança e às diferentes formas de amar, Femme Fatale mostra que a quase trintona Britney Spears já não é mais o epítome da adolescência. “Till The World Ends” situa a experiência para o ouvinte com sintetizadores e Auto-Tune e entrega facilmente que Ke$ha está por trás do hit. O carro-chefe “Hold It Against Me” não fica atrás, com seu vocal estridente e batidinhas dubstep, passeando entre o pop e o house. “I Wanna Go” tem resquícios de Bob Sinclair pelos assovios, mas ganha autenticidade pela vocação às pistas euro-disco. “(Drop Dead) Beautiful”, com a cantora Sabi, mostra Britney mais solta, brincando com seu vocal em uma celebração à beleza estereotipada. Com ironia desde o título, “Big Fat Bass” abre alas ao onipresente Will.i.am, do Black Eyed Peas. Como é característica aos trabalhos do BEP e da própria Britney, a música salta com sua batida pegajosa e refrão repetitivo. Femme Fatalle tem sonoridade coesa e letras maduras – menos comportadas e vez ou outra usando algum palavrão –, mas o título faz lembrar que a maior fatalidade é o excesso de Auto-Tune. Sai imune “Criminal”, com a voz suave da cantora sem o auxílio do liquidificador sonoro, em um conto de fadas moderno de dar inveja a Bonnie e Clyde.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011



Como Blackout (2007) e Circus (2008), o sétimo CD de Britney Spears é claro nas intensões. Depois do porre, veio a ressaca. Agora, Brit volta a enfiar o pé na jaca e nas pistas em overdose de fritura, batidas e efeitos – com os produtores Dr. Luke e Max Martin. As quase cândidas (e bem divertidinhas) “How I Roll” e “Seal It Whit A Kiss” fogem um pouco do frenesi. Mas, no geral, tudo é exagero: de metáforas bobas (“Gasoline”) e citações de hits de progressos (“Inside Out”), de dubstep fora de hora (como se tivesse hora certa) “hold It Against Me” e de coro “autotunado” (“Till The World Ends”). Assim, não há nem Will.I.Am que dê jeito (“Big Fat Bass”). É como alguém que aponta o dedo na sua cara e ordena que você dance. Vai obedecer, é?
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011






PISTA SERTANEJA - Remixes


Sucessos como "Meteoro" (Luan Santana), "Fugidinha" (Michel Teló), "Paga Pau" (Fernando & Sorocaba) e "Amo Noite e Dia" (Jorge & Matheus) embalam o disco que, se não é um primor, serve para animar uma festa. Verdade seja dita, os remixes não acrescentam nada a músicas que já estão mais do que estouradas.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 28 de março de 2011 

R. E. M. - Collapse Into Now

Os fãs de Michael Syipe e sua turma podem festejar. Após três anos, o R. E. M. volta a lançar um CD de inéditas - seu 15º álbum de estúdio - e não decepciona. Sem se limitar a um estilo específico, o grupo vai desde a ótima "All The Best", com guitarras zunindo, até a melodiosa, mas não menos interessante, "Überlin".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 28 de março de 2011




A banda de Michael Stipe parece ter despertado definitivamente de uma zona de conforto que se estabeleceu no início dos anos 00, logo após o lançamento de Reveal (2001), que desprezava o punch da banda em favor de uma vazia busca por novos sons. Isso mudou com Accelerate (2008), que foi saudado por fãs, críticos e pelos próprios integrantes como um retorno ao som mais cru e pesado, algo que eles talvez nunca tenham feito, salvo em exceções pontuais no início da carreira. Collapse into Now mostra um R.E.M. mais familiar aos fãs, retornando igualmente a um passado autorreferencial centrado sobretudo no início dos anos 90, quando a banda viveu seu pico de popularidade. Há ecos dos dois trabalhos opostos do grupo, Out of Time (1991) e Automatic for the People (1992), ou seja, há um certo conflito estético e muita, muita nostalgia. Se Accelerate era nostálgico pela recuperação da vontade irresponsável de fazer rock simples, este novo disco também olha pro passado com saudade das dúvidas e das tristezas que temos quando estamos descobrindo como as coisas funcionam. Collapse into Now tem, pelo menos, um clássico instantâneo: “Everyday Is Yours to Win”, com melodia tristonha e corais redentores. A beleza de “It Happened Today”, com vocais discretos de Eddie Vedder, e a coda instrumental em que desemboca a faixa de encerramento, “Blue”, também são sinais evidentes de que o R.E.M. tem muita.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011


É como aquela amante que volta pra você depois de muito tempo: mesmo os velhos encantos podem causar estranhamento ou recepção fria. Após longo declínio criativo, o R.E.M. ensaia recuperação - não cumprida em Accelerate, de 2008 - neste álbum semi-inspirado e com participações dispensáveis de Eddie Vedder e Peaches, "Uberlin", "Walk It Back" e "Oh My Heart" são as mais baixáveis e adoráveis. Mas ainda é esquisito ver a poesia de Stipe, por décadas apenas sugerida, balbuciada, adivinhada e envolta em mística, oferecida no encarte ali, nua, glabra feito a cabeça do vocalista. Definitivamente, envelhecer no classic rock tem muito mais glamour no pós-punk.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011




Em sua extensa e brilhante carreira, o R.E.M acostumou seu público com constantes guinadas estéticas. Um álbum de rocks ligeiros, podia ser sucedido por um experimental, que poderia dar vez a um só de baladas. O novo não tem uma cara tão definida, mas os mais maldosos dirão que é o típico disco fim de contrato. Com um pé fora da gravadora, o grupo acionou o piloto automático e surgiu com um repertório que cobre todas as facetas já mostradas anteriormente. Mesmo sem ambição, o R.E.M. ainda é capaz de fabricar uma Mine Smell Like Honey.
FONTE: Revista BRAVO! ed.164; Abril-2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

ADRIANA CALCANHOTTO - O Micróbio do Samba

Sem perder a pose, Adriana Calcanhotto cai no samba e se firma como a porta-bandeira da igualdade entre os sexos ao dar voz ativa à mulher no mundo ainda machista do samba. O CD "O Micróbio do Samba" põe a mulher no comando em fino repertório autoral que evoca esse universo carioca sem apegos às tradições. 
A guitarra do "hermano" Rodrigo Amarante em "Já Reparô?" - samba em que Calcanhotto diminui sua rival na disputa amorosa porque "ela não quebra, ela não balança" - é um dos indícios de que a compositora gaúcha faz samba à sua moda "cool".
É fato que nenhum dos dez sambas inéditos do disco supera a beleza dos dois já conhecidos, "Vai Saber" (gravado em 2006 por Marisa Monte) e a obra-prima "Beijo Sem" (gravado por Teresa Cristina em dueto com Marisa Monte), em que Calcanhotto insere a mulher sem culpa no mundo malandro orgástico da Lapa. Mesmo assim, "O Micróbio do Samba" é um disco interessante pela espirituosidade das letras e pela sonoridade que busca outros caminhos harmônicos para o samba ao mesmo tempo em que reverencia suas tradições. Em "Tá Na Minha Hora", Calcanhotto faz exaltação à Mangueira enquanto enquadra seu "neguinho". Escrita sob ótica masculina, "Vem Ver" subjuga o homem às condições impostas pela mulher e reitera o caráter feminino do CD. Que destila ironia, bem-vinda, já que o poder da criação sempre foi historicamente atributo masculino no mundo do samba.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 21 de março de 2011




Não é de hoje que Adriana Calcanhotto flerta com o samba. Agora, em seu novo álbum, "O Micróbio do Samba", a cantora gaúcha engata um relacionamento com o gênero, mas que não chega a ser um casamento de papel passado. Calcanhotto faz samba do seu jeito. É minimalista, com uma cuíca aqui, um pandeiro ali.
As 12 músicas são assinadas por ela. Muita gente pode até estranhar ouvir na voz da intérprete as canções "Vai Saber?", gravada por Marisa Monte em "Universo ao Meu Redor"; e "Beijo Sem", escolhida por Teresa Cristina para seu último CD e parte da trilha sonora de "Insensato Coração". Mas Calcanhotto decidiu tomá-las de volta e dar seu próprio molho às composições.
Cercada de nomes valiosos no show bizz - Davi Moraes, Rodrigo Amarante, Domenico Lancelloti tocam no disco -, a cantora fica livre para criar um samba mulherzinha, com músicas que brincam com o universo quase machista do gênero. Exemplos? "Pode Se Remoer", "Deixa, Gueixa" e "Tá Na Minha Hora", canções nas quais elas é quem comandam as relações. E depois vão para o samba, não para afogar as mágoas, mas para dançar até o sol raiar.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 28 de março de 2011


Samba de Calcanhotto poderia até virar nome de um novo subgênero, já delineado nos últimos trabalhos da cantora - e agora assumido logo a partir do título (inspirado por frase de Lupicínio Rodrigues, gaúcho como ela). Para passear com leveza e sem ortodoxia pelo universo sambista, Adriana toca vários instrumentos e parece brincar de se afastar e se aproximar do que se espera normalmente do gênero. "Beijo Sem" e "Vai Saber?", já gravadas por Teresa Cristina e Marisa Monte, respectivamente, aparecem em versões menos sacudidas. E ficam valorizados versos como "ele acredita que me engano/ pensa que sabe mentir, o homem que eu amo", de "Mais Perfumado", bastante lupicinianos.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011




Injetando personalidade num universo geralmente abordado com excesso de reverência, a cantora propõe, ao longo de 12 faixas (todas compostas por ela, sendo uma com Dadi), um olhar renovado sobre o mais popular dos gêneros brasileiros. Convocar os inventivos Alberto Continentino (baixo) e Domenico Lancellotti (bateria e percussão) já é uma carta de intenções sonoras – e há ainda participações de Davi Moraes, Rodrigo Amarante e Moreno Veloso. Mas, para além de arranjos não ortodoxos e idiossincrasias como uma guitarra distorcida em “Pode Se Remoer” ou um piano camerístico em “Aquele Plano pra Me Esquecer”, chama atenção a entrada de uma mulher diferente na temática machista do samba. Em “Beijo Sem”, por exemplo, ela canta: “Vou à Lapa/decotada/ viro todas/beijo bem”. Esta, aliás, é uma das duas não inéditas (e melhores) do álbum, tendo sido gravada por Teresa Cristina – a outra é “Vai Saber?”, registrada por Marisa Monte
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

FLORENCE AND THE MACHINE - Between Two Lungs

Conhecidos pela música "Heavy In Your Arms", que faz parte da trilha sonora de "Eclips", terceiro filme da saga "Crepúsculo", Florence And The Machine lançam seu segundo disco e fazem bonito. Com um som pra cima, eles contagiam com músicas como "Dog Days Are Over" e "Rabbit Heart (Raise It Up)" .


FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 21 de março de 2011

MARIZA - Fado Tradicional

Há algum tempo Mariza é considerada a mais importante cantora de fados de Portugal, só que, durante os últimos anos, ela se distanciou da forma mais tradicional do gênero. Neste disco, Mariza volta às origens e abre espaço até para Amália Rodrigues ("Ai, esta pena de mim" e " Lavava no Rio, lavava").
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 21 de março de 2011




Expressiva intérprete portuguesa, Mariza sempre se destacou por dar ares novos ao fado. Esse tom contemporâneo é o que afasta da mesmice este disco em que a cantora se volta para fados tradicionais.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 21 de março de 2011

PET SHOP BOYS - Ultimate Pet Shop Boys

Para comemorar os 25 anos de sucesso da dupla britânica, o disco "Ultimate Pet Shop Boys" traz os maiores hits de Neil Francis Tennant e Christopher Sean Lowe. O disco tem músicas como "It's a sin" e "Being Boring". A novidade é a inédita "Together". O álbum ainda traz um DVD gravado na Inglaterra.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 21 de março de 2011;




Já existem coletâneas completas do Pet Shop Boys. O diferencial do CD "Ultimate" é trazer DVD com os vídeos de apresentações do duo inglês no programa "Top Of The Tops", da BBC. Inclui "takes" de show recente feito em Glastonbury.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 11 de abril de 2011;




Trata-se de uma edição de luxo que junta CD de greatest hits (com a inédita "Together") e DVD para comemorar os 25 anos de carreira dos fofos Neil Tennant e Chris Lowe. Mas está nesta página porque o que importa, no caso, é a maravilhosa reunião de imagens registradas pela BBC ao longo de toda a carreira do duo inglês e mais o show de 2010 em Glastonbury. A incrível perspectiva de tempo proporcionada pela seleção de 27 participações em produções da TV estatal britânica (com direito a ótimas versões exclusivas, desde "Opportunities" ao vivo até a macumba para turista ultra kitsch de "Se A Vida É") evidencia sua importância para além de emblemas dos anos 80, quando reinaram nas rádios brasileiras. Tirando uma ocasional ombreira no sobretudo de Neil e as caracterizações de marinheiro (Querelle?) de Chris, eles surgem surpreendentementes sóbrios, como uma espécie de Soft Cell menos pervertido (cof, cof) e apenas ocasionalmente culpado ("It' A Sin" e "What Have I Done To Deserve This?", que aparece com participação deliciosa de Dusty Springfield, velha felina). Soltaram a franga paulatinamente, e viraram coisa de nicho. De qualquer modo, são muitos hinos de geração sequenciados - e se as novas gerações não acompanharam o brilho de lampejos recentes como "Love Etc.", pior para eles, né não?
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011

JAMES BLUNT - Some Kind Of Trouble

Dono de sucessos como "You're Beautiful", "Wisemen" e "1973", James Blunt surge com novos candidatos a hits em seu mais recente CD. "Stay The Night", melhor música do disco, e "No Tears" são os melhores exemplos. Sem o mesmo nível, mas boas, aparecem "Superstar" e "Dangerous".



FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 21 de março de 2011

FERNANDO & SOROCABA - Bola de Cristal Ao Vivo

É com a música que dá nome ao álbum, "Bola de Cristal", que Fernando & Sorocaba abrem seu terceiro DVD. Com 21 faixas, o novo trabalho traz apenas uma canção que não leva a assinatura de Sorocaba, o segundo maior arrecadador de direitos autorais do Brasil, de acordo com o Ecad (ele só perde para o Victor, da dupla com Léo). Lembram de "Meteoro", "Você não sabe o que é amor" e "Tô de cara", gravadas por Luan Santana? São de autoria de Sorocaba. Sem falar nas outras dezenas de canções que ele fez e rodam o Brasil nas vozes de outros artistas.
Com letras animadas e divertidas que falam a linguagem da galera jovem de hoje, a dupla empolga e joga para cima o público no show que deu origem ao DVD ao vivo. "A Casa Caiu" e "Delegada" são algumas das boas canções reunidas ali, além de "Paga Pau", grande hit dos amigos, juntos há quatro anos.
"Bola de Cristal" tem ainda os bastidores da apresentação, gravada em Curitiba (PR) com convidados especiais. Ao lado do sertanejo Edson, Fernando e Sorocaba cantam "Boca a Boca". Henrique e Diego participam do sucesso "Vacilei". Para finalizar, a vencedora do "Ídolos" de 2007, Thaeme, empresta a voz para "6 de Janeiro de 2003".


FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 21 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

MICHAEL JACKSON - Michael Jackson's Vision

Este é o mais completo pacote reunindo os clipes de Michael Jackson. São 42 vídeos, todos na íntegra, espalhados ao longo de três DVDs, sendo que dez deles fazem sua estreia no formato digital. No total, são quatro horas e meia ao lado de Michael Jackson. É fascinante acompanhar a evolução visual e artística de Michael. O primeiro DVD tem os vídeos mais icônicos do antigo Rei do Pop. Começa com os clipes despojados de Off the Wall (1979), passa pelo material mais elaborado do milionário álbum Thriller (1982) – cujas canções “Billie Jean”, “Beat It” e “Thriller” fizeram a fama e a fortuna de Michael – e chega a Bad (1987), cujo clipe da cançãotítulo foi dirigido por Martin Scorsese. No segundo DVD estão hits da década de 90, como “Black or White”, “Remember the Time”, “They Don’t Care about Us”, “Earth Song” e até material mais obscuro como “Who Is It”, que foi dirigido por David Fincher. O terceiro DVD vem como bônus do pack e tem apenas sete canções, incluindo “Say Say Say” (com Paul McCartney), três canções com The Jacksons, um clipe alternativo de “They Don’t Care about Us” e o vídeo inédito “One More Chance”. Mesmo com algumas falhas e omissões, Vision é um DVD obrigatório.




FONTE: Revista Rolling Stone ed.54; Março-2011

BETO GUEDES - Outros Clássicos Ao Vivo

Beto Guedes, há muito tempo é criador de hits divulgados em sua própria voz e também pelo onipresente Milton Nascimento. A carreira de Beto começou pelo ato corajoso de Milton, que o incluiu ao lado de Lô Borges, no mais que afamado Clube da Esquina. Essas participações o encorajaram a lançar em 1977 seu festejado A Página do Relâmpago Elétrico. Este DVD parte justamente do contrário de suas canções mais conhecidas. Aqui tem os chamados lados B, escolhidos por indicações dos internautas. Mas não há só obscuridades, já que uma das canções mais conhecidas de sua carreira, que é “Luz e Mistério”, fruto da parceria inusitada dele e de Caetano Veloso, está no repertório. A presença de Wagner Tiso, do sanfonista Celio Bologna, da banda, do coro e do quarteto de cordas enriquece o trabalho, mas o mesmo não se pode dizer de Daniela Mercury, que não diz a que veio. Somente as interpretações de Guedes, ainda que inseguras em alguns momentos, já dariam conta do documento.




FONTE: Revista Rolling Stone ed.54; Março-2011

ORQUESTRA BRASILEIRA DE MÚSICA JAMAICANA - Volume 1

O Ska sempre foi exímio em regravações. Desde a chamada “primeira onda”, na Jamaica dos anos 60, o rock e outros ritmos perdiam velocidade para entrar na batida lenta do ska e ganhavam novos ares. Agora, uma banda brasileira segue a tradição dos ska-covers e, em 13 faixas, repassa clássicos nacionais, do erudito ao samba, para o poderio jamaicano. A Orquestra Brasileira de Música Jamaicana é liderada por Sérgio Soffiatti (da antiga banda Skuba) e abre seu CD com “O Guarani”, ópera de Carlos Gomes eternizada pelo programa A Voz do Brasil. Clássicos como “Tico-Tico no Fubá” e “Carinhoso” aparecem em arranjos bem elaborados, que fazem jus ao nome do grupo. “Águas de Março” vem em duas versões: ska e depois dub. Há também três músicas próprias, que refletem o clima de festa que predomina nos shows dessa orquestra de nove músicos




FONTE: Revista Rolling Stone ed.54; Março-2011

PEARL JAM - Live On Ten Legs

Aqui temos o Pearl Jam comemorando seus 20 anos de carreira, mostrando uma de suas maiores especialidades: a atuação em cima do palco. Este compêndio de registros ao vivo compila performances executadas pela banda de Seattle entre 2003 e 2010. Acena para Live On Two Legs (1998), atestando a vitalidade da banda, bem como a discreta (mas decisiva) mutação que o Pearl Jam sofreu nesses anos, indo de mestres do grunge a uma espécie de mantenedores da chama do classic rock contemporâneo. Rótulos à parte, o melhor é comprovar como Eddie Vedder e seus cupinchas ainda dão no couro em registros bem interessantes de “Black”, “State of Love and Trust”, “Nothing as It Seems”, “World Wide Suicide” e em duas bem sacadas covers (outra especialidade da banda): “Public Image” (do PIL) e “Arms Aloft”, canção de Joe Strummer, presente em seu excelente disco de 2003,Streetcore. Nada de novo no front do Pearl Jam. Mas esta é sem dúvida a melhor notícia para seus fãs, que suspiram pela estabilidade da banda.


FONTE: Revista Rolling Stone ed.54; Março-2011

ESPERANZA SPALDING - Chamber Music Society

Antes de se voltar para o contrabaixo, esperanza Spalding se dedicou ao violino como quem vislumbrasse nele o instrumento de sua vida. Dona de formação clássica, aos 15 anos ela foi a primeira violinista de uma orquestra do Oregon, seu estado natal. Assim, depois de Junjo (2006), seu disco de estreia, e Esperanza (2008), que a projetou para o mundo, é quase um passo natural o recém-lançadoChamber Music Society. Escoltada por um baterista, um pianista, um percussionista e um trio de cordas, Esperanza faz uma leitura muito pessoal, moderna – sem soar modernosa – da música de câmara. Como em seus dois primeiros álbuns, o jazz ainda está no horizonte que norteia Esperanza. Mas agora, aos 26 anos, ela se mostra amadurecida para além do rótulo de garota-prodígio do gênero, como se nota na faixa de abertura, a pungente “Little Fly”, em que ela musicou um poema de William Blake. Indo da delicadeza à intensidade, “Knowledge of Good and Evil” é outro bom momento. A bela “Apple Blossom” conta com luxuosa colaboração de Milton Nascimento, e o Brasil se faz de novo presente em uma esperta versão de “Inútil Paisagem” – com direito a Esperanza cantando em português.




FONTE: Revista Rolling Stone ed.54; Março-2011

TIÊ - A Coruja E O Coração

A dicotomia de tradição e ruptura nunca deixa de ser ouvida. No departamento feminino do pop nacional, se a estação passada trazia vozes fortes, gritalhonas até, cujos timbres pareciam se espelhar em Nelson
Gonçalves e Jim Morrison, no novíssimo front das cantoras brasileiras tudo está calmo, suave e às vezes beirando o pueril. E, se a ruptura é aquele ponto indefinido entre a última rouquidão de Ana Carolina e o primeiro versinho de Mallu Magalhães, a tradição pode ter vida curta se o repertório se desgastar em temas e atitudes cada vez mais iguais. Cada artista a despontar nessa população de cantoras debutantes tenta se esquivar da norma para manter a tradição à sua maneira. Em seu segundo álbum, a paulistana Tiê encontrou um caminho certo ao investir sua voz macia em canções com um estilo distante da obviedade vigente. 

Em 2009, ela lançou seu primeiro álbum, Sweet Jardim, traçando regras enxutas: voz, violão e quase nada mais para destilar casos de amor que quase sempre iam para o beleléu. A Coruja e o Coração é uma evolução natural do trabalho de estreia. Ambos foram produzidos pelo multi-instrumentista carioca Plínio Profeta e trazem em comum as ilustrações de capa da estilista Rita Wainer e as participações do baixista Gianni Dias (irmão de Tiê) e da cantora Tulipa Ruiz. O novo álbum, no entanto, é mais bem abundante de convidados e instrumentos, trazendo até bateria (algo até então raríssimo no repertório da artista). Tiê abre o disco com uma espécie de dedicatória à filha, que nasceu no ano passado. Acompanhada por piano e naipe de cordas, Tiê canta, serena, “Na Varanda da Liz”. A partir daí, uma dezena de baladas curtas e cativantes segue, com referências, no mínimo, incomuns. “Só Sei Dançar com Você”, música de Tulipa Ruiz, ganha um ar mais bucólico com um banjo e o acordeom tocado por Marcelo Jeneci. A veia indie folk continua com Tiê cantando a saudade, e o que ela faz para matá-la mesmo quando é impossível, em “Pra Alegrar Meu Dia”. “For You and for Me”, com letra em inglês, e a veloz “Hide and Seek”, com a participação de Hélio Flanders, do Vanguart, seguem a mesma linha. É como se quisessem selar um elo entre o alt-country perpetrado por nomes como Sparklehorse, Neko Case ou Bonnie “Prince” Billy e a novíssima música brasileira. Ela pode nem estar interessada em uma hipotética conexão, mas, assim como Thiago Pethit, cuja composição “Mapa-Mundi” ganha no disco uma versão mais campestre, Tiê ergue as escoras dessa ponte. Quando Sweet Jardim foi lançado, parte da crítica se apressou em carimbar um selo lo-fi na testa da moça. Se já era uma catalogação manquitola, com os arranjos e a instrumentação de A Coruja e o Coração, ela perdeu todo sentido. Na lindíssima “Perto e Distante”, Tiê faz um dueto com o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, enquanto o trompete e o piano elétrico (um Wurlitzer tocado por Jeneci) dão o acompanhamento. “Você Não Vale Nada”, com uma letra cheia de ódio e vingança (tornada hit nacional com o forró eletrônico da banda sergipana Calcinha Preta), vem com violão e palmas flamencas marcando o passo enquanto Tiê contrasta o tema irado com uma voz delicada. E a valsa “Te Mereço”, que se assemelha a “Chá Verde”, de Sweet Jardim, traz um belo e circunspecto violoncelo. Tudo isso passa bem ao largo da estética lo-fi. Acompanhada por Karina Zeviani, que já rodou pela cena da lounge music atual com o duo norte-americano Thievery Corporation e o coletivo francês Nouvelle Vague, Tiê discorre sobre o medo de dizer sim em “Piscar o Olho”, uma crônica sobre o início e o fim de um amor – e tudo que é saudável nesse processo. As duas também compartilham os vocais de “Já É Tarde”, com versos em espanhol, uma levada leve e um rico arranjo. Ao longo de todo o disco, Tiê segue narrando histórias altamente confessionais, como que pensando em voz alta, mas suave. A cantora com nome de passarinho faz de A Coruja e o Coração uma coleção de baladas de sedução imediata nos moldes da mais nova tradição.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.54; Março-2011




Em seu segundo CD, a cantora se mostra mais madura e apresenta um bom repert´rio, com belos arranjos. Músicas como "Só sei dançar com você" e "Já é tarde" merecem destaque. Outra faixa que chama atenção é o sucesso "Você Não Vale Nada", com um bonito violão espanhol para acompanhar os engraçados versos.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 04 de abril de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

PAULA FERNANDES - Ao Vivo

O pacote contém voz de Ana Carolina, aparência de Shanaia Twain, jeitinho de Sandy do interior mineiro, aval dos sertanejos, músicas em novela e rótulo de "namoradinha do Rei". Tinha como dar errado? Gravado em outubro em um estúdio paulistano, este DVD-CD ao vivo retraça a carreira de Paula Fernandes, com versões de canções famosas com Ivete Sangalo("Quando a Chuva Passar"), Roberto carlos ("Costumes") e Shanai ("Man, I Feel Like A Woman"). A maior parte, no entanto, é de composições da moça, sertanejos românticos ("Jeito Do Mato", "Voa", "Pássaro De Fogo") que vicejam em rodeios e barzinhos de MPB. Além do padrinho musical Marcus Vianna, Victor & Leo, Almir Sater e Leonardo cantam com a moça.


FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011

MARIENE DE CASTRO - Santo De Casa Ao Vivo

O disco foi uma das melhores surpresas da MPB no ano passado. Mas este DVD vai além, ampliando os encantos da voz de contralto de Mariene, 32 anos, para um espetáculo que, a partir de encantos simples, impacta visualmente como superprodução. Dirigido por Pico Garcez, com o violonista Jurandir Santana na batuta musical, o show gravado em fevereiro de 2009 no Teatro Castro Alves traduz a fé desta filha de Terreiro de Gantois em ijexás, sambas de roda, cirandas e cantigas. Falsas baianas e forasteiras podem até recorrer a Roque Ferreira e Dorival Caymmi em busca da autenticidade. Mas só Mariene canta os dois com a força da mesma natureza que eles. E, nas participações especiais, deixa a concorrência no chinelo graças aos pés descalços de dona Nicinha, dona Rita da Barquinha e as Ganhadeiras de Itapuã. Dificílimo imaginar um DVD tão mágico no restante de 2011.


FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011

NELSON CAVAQUINHO - 100 Anos - Degraus Da Vida

No centenário de nascimento do genial sambista Nelson Antônio da Silva (1911/ 1986), esta coletânea dupla faz homenagem à altura e ajuda a mostrar um pouco do lado escuro da Lua de uma obra cheia de jóias esquecidas e quase perdidas. O CD 1 reúne grandes interpretações consagrada de seus clássicos: além das irretocáveis "Minha Festa" e "Juízo Final", com Clara Nunes, "Folhas Secas" por Beth Carvalho, "A Flor E O Espinho" e "Luz Negra" (nas gravações da "madrinha" Elizeth), rolam as menos óbvias, porém históricas "Quando Eu Me Chamar Saudade", cantada por Nora Ney, e "Notícia", por Roberto Silva.
No CD 2, o trabalho de pesquisa de Rodrigo Faour brilha ao garimpar sambas "guardados', incluindo fonogramas fora de catálogo e de circulação há décadas.
Nessa categoria, há "Não Precisa Me Humilhar", do raro Germano Batista, "Se Me Der Adeus", na voz de Jorge Veiga (1910/ 1979), mostrando serviço fora dos temas gaiatos que lhe valeram o epíteto "o Caricaturista do Samba". E ainda, pescador de discos de 78 rotações, "É Só Vergonha", registrada por outro carioca contemporâneo, Gilberto Alves (1915/ 1992), e a pérola "Cigarro", do paulistano Risadinha (1921/ 1976). Nas preciosidades mais recentes, Emílio Santiago, Márcia e Paulinho da Viola jogam luzes diversas e enriquecem a visão do poeta.


FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011

ROBERTA SPINDEL - Dentro Do Meu Olhar

Um disco de música popular romântica feito com o auxílio de nomes cheios de credenciais. Por exemplo: o baixista Neil Stubenhaus (Quincy Jones, Elton John e Rod Steawart), o baterista Vinnie Colaiuta (Sting e Ray Charles) e o guitarrista Tim Pierce (Rod Steawart, Michael Jackson e Bruce Springsteen). Uma boa versão do clássico "Como Dois E Dois" - sucesso com Roberto Carlos - conta com a participação do autor, Caetano Veloso. "And I Am Telling You I'm Not Going" - da trilha do filme Dreamgirls - ganha uma interpretação com certo tom teatral que entrega a origem da cantora - ela também é atriz atua no musical de sucesso Por Uma Noite - Um Sonho Nos Bastidores Da Broadway. "Pra Te Lembrar", do gaúcho Nei Lisboa, enriquece o repertório.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011




Canções desconhecidas com letras banais e arranjos beirando o mediocre. Assim pode ser definido o disco de estreia de Roberta Spindel. O triste é que ela até tem uma boa voz. Mas o CD, definitivamente, não dá! Algumas faixas como "Aqui e Agora", são constrangedoras. Nem a participação de Caetano Veloso salva.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 28 de março de 2011

JUANES - P.A.R.C.E.

Após vender mais de 12 milhões de discos, o colombiano Juanes surge menos rebolativo em seu quinto CD. Faltam refrões colantes como os dos dois discos anteriores, que (diferentemente deste) ganharam vaga no top 40 do Billboard 200. Agora, talvez pela opção de diminuir a dose de ritmos calientes, ficou de fora até do topo das paradas latinas nos Estados Unidos (a presença da compatriota Shakira contrinuiu para o insucesso, claro). Em vez do swinguinho de outras safras, dá-lhe piano dramático("El Amor Lo Cura Todo"), guitarras roqueiras ("Yerbater"), além de clipe e arranjos sisudos ("Y No Regresas"). Sai a cumbia mesclada com rock de fácil assimilação, entra "Sagovia", tango que versa sobre um massacre na cidade colombiana de mesmo nome, em 1988.


FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011

terça-feira, 15 de março de 2011

RADIOHEAD - The King Of Limbs

Depois de muita ansiedade, algum mistério e uma visita inesperada no dia 18 de fevereiro, você enfim conseguiu levar o oitavo disco do Radiohead para casa. Luzes apagadas no quarto, você e ele, enfim sós. Mas sua fama de difícil já é notória. Será que é possível se dar bem com The King Of Limbs? Sim, mas o segredo é: deixe ele te conquistar. Seguem dicas valiosas.
Nas preliminares, o ritmo é o mais importante Você vai se frustrar se esperar muito das melodias na primeira metade do álbum. "Bloom" começa desajeitada, com levada de ventilador desajustado prestes a desabar, mas a guitarra abafada de "morning Mr. Magpie" tem groove e em "Little By Little" dá até pra embalar bate-coxa. "Feral" é um momento de sintonia quase impossível. Nessa hora, vale tudo pra não cair no sono, até beliscar o próprio braço.
A penúria é recompensada: a partir de "Lotus Flower", as melodias florescem. A música até se parece com uma música. Se precisar, pense na nerdice pornográfica da dança do clipe para não se entediar. Os pianos de "Codex", o violão de "give Up The Ghost" e a guitarra de "Separator" descem bem. No início, dá pra fechar os olhos e chamar de "morning Bell", "How To Disappear Completely" e "Optimistic", do Kid A (2000). Mas, com o tempo, é possível curtir o momento e amá-los pelo que realmente são.


FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011

JESSIE J - Who You Are

Maior aposta da tradicional lista de novos artistas da rede BBC, a inglesa de 22 anos já andou reclamando que é covardia competir com Lady Gaga. Jessie estreia em disco amparada pelo produtor Dr, Luke, mas sem visar tanto as pistas de dança como Ke$ha e Katy Perry, também pupilas dele. Autora da melhor música já gravado por Miley Cyrus ("Party In The USA"), ela rima hip hop com pop e alcançou bom resultado em "Prince Tag". No meio do caminho, aparece o perigo de uma afetação à Nelly Furtado ("Abracadabra") e de um R&B que pede uma voz mais encorpada ("Casualty Of Love"). Há também frases de autoajuda como "é ok não estar ok"  e "seja verdadeiro a quem você é", na faixa título. Se ainda fosse compositora por encomenda, essa seria da Pink.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011






Promessa de revelação britânica, Jessie J debuta em disco muito voltado para a batida atual do pop norte-americano. Contudo, "Who You Are" tem pegada. A faixa "Prince Tag" é especialmente empolgante.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 21 de março de 2011

AVRIL LAVIGNE - Goodbye Lullaby

Na capa do seu quarto disco, Avril Lavigne está empoleirada em um piano no meio do mato, com olhar ameaçador. Assim como a personagem de Natalie Portman no filme Cisne Negro, Avril demorou, mas saiu do mundo cor-de-rosas e aprendeu a jogar com os lados de garota boa e ruim. E se impôs: pela primeira vez assina composições sozinha, metade das 14 músicas. Revelando o excesso de estridência do canto, ela é melhor quando é muito safada (no single "What The Hell", auge da sua faceta piriguete, e no verso "Você sabe que eu sou uma p* maluca e só faço o que eu quero", de "Smile") ou muito boazinha (na balada "I Love You" e no clima Coldplay da abertura e do encerramento, com "Black Star" e "Goodbye")
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011




Já distante da rebeldia adolescente, a artista esboça maturidade em álbum que traz baladas melancólicas como "Black Star". O (bom) 'single' "What The Hell" até destoa do disco e da intenção de Avril.
FONTE: Jornal O DIA,  segunda-feira, 28 de março de 2011




Quase dez anos após vender milhões de cópias comLet Go, Avril Lavigne tenta provar que aquela garotinha revoltada cresceu. Goodbye Lullaby, seu quarto trabalho, chega ao mercado após uma considerável turbulência. Inicialmente o disco seria lançado em novembro de 2009, mas a gravadora “pediu” que a cantora tornasse o trabalho mais urbano. O resultado é um álbum irregular. “What the Hell”, primeiro single, soa íntimo ao retratar sua separação com Deryck Whibley – que assina a produção de oito faixas de Goodbye Lullaby. Mesmo assim, a canção se perde em meio a um refrão desnecessário. “Push”, ao explorar as dinâmicas de um relacionamento, traz refêrencias a elementos que ajudaram a construir seu primeiro trabalho: riffs leves e letras açucaradas. Questionamentos e simplicidade marcam “4 Real” e “Remember When”, que não devem nada a estrelas contemporâneas como Katy Perry e Taylor Swift. Já “Stop Standing There”, “I Love You”, “Everybody Hurts” e “Not Enough” inauguram uma sequência cansativa de baladas que evidenciam o contraste entre a tentativa de soar adulta com uma rebeldia adolescente ainda presente. Marcado por violões e letras autobiográficas, Goodbye Lullaby tenta desesperadamente compartilhar um interior artístico ainda longe de estar completamente formado. E deixa claro que, apesar de mais prudente, a cantora ainda não consegue se libertar de sua alma adolescente.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011