segunda-feira, 30 de maio de 2011

LADY GAGA - Born This Way



É inevitável a associação de Gaga com Madonna, e não somente pelo fato de a faixa-título de ‘Born This Way’ evocar ‘Express Yourself’. A rigor, Gaga continua na pista de Madonna. Seja na música ou na capacidade de criar polêmica — como a surgida por conta do uso de signos religiosos no vídeo de ‘Judas’, o fracassado segundo ‘single’ do álbum.
Madonna não inventou o pop, mas é difícil ouvir ‘Americano’ (faixa de toque flamenco e latinidade) e ‘Hair’ (de refrão pegajoso e ‘vibe’ gay) sem pensar na ‘material girl’.
‘Born This Way’ surpreende quando sai do mundo pop e investe no ‘tecno’ (‘Government Hooker’, faixa que fala sem moralismos de prostituição com forte batida eletrônica). ‘Electric Chapel’ também se diferencia por ter solos de guitarra típicos de um disco de rock pesado. Em contrapartida, ‘Heavy Metal Lover’ nada tem de metal. É faixa de alma e pegada eletrônica.
Pop, mas paradoxalmente também meio sombrio, como em ‘Bloody Mary’, o álbum indica que Lady Gaga é menos genial do que imagina. Se há excesso, é de pretensão. O CD não é ruim. Mas está longe de ser o fenômeno a que o mundo pop irá se render este ano.
‘Born This Way’, não justifica toda a expectativa forjada no universo pop pela própria artista. Excelente marqueteira, Gaga sabe criar e ser notícia. Mas o fato é que ‘Born This Way’ é álbum de pop ‘dance’ que oscila. Faixas como ‘Highway Unicorn (Road 2 Love)’ e ‘Marry the Night’ soam repetitivas.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 23 de maio de 2011;
 

terça-feira, 17 de maio de 2011

WHITESNAKE - Forevermore

David Coverdale é um homem de respeito: prestes a completar 60 anos, ainda canta de forma absurda; lança um álbum em plenos anos 2000 focado em um estilo vindo dos anos 80 e, mesmo assim, consegue soar relevante e não datado à frente do Whitesnake.Forevermore é um trabalho de hard rock musculoso, o que fica explícito em “Steal Your Heart Away”, “All Out of Luck” e “Love Will Set You Free”. Até mesmo as baladas escaparam quase intactas às camadas adocicadas dos teclados, que estao no limite entre o belo e o brega, como em “Fare Thee Well”. Mas é “My Evil Ways” quem dá o panorama geral. É uma canção sexy não somente para as groupies que hoje já estão na casa dos 40, mas também para uma geração do hard rock que nasceu após o último suspiro do estilo. A faixa tem vigor e malícia instrumental para sustentar a declaração de Coverdale: “Eu sempre fui um filho da mãe”. Classe é isso aí. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

NENHUM DE NÓS - Contos de Água e Fogo

Neste ano, o Nenhum de Nós celebra 25 anos de existência e em seu 11º álbum de estúdio continua a fazer o que sabe de melhor: baladas. Sejam elas influenciadas pelo britpop, como “Água e Fogo” e “Último Beijo”, sejam pelo folk globalizado de “Pequena”, composta por Thedy Corrêa e pelo vocalista da banda baiana Cascadura, Fábio Cascadura. No disco, Thedy arrisca outras parcerias. Entre elas, com o carioca Leoni em “Melhor e Diferente”, uma espécie de manual de sobrevivência nas redes sociais. O andamento homogêneo conduzido pelas baladas é quebrado no final. É quando a banda resolve se arriscar – e acertar – em faixas como “Tu Vício”, cantada em espanhol, a nostálgica “3 Mil Léguas”, e principalmente em “Um Pouquinho” – simples e genial, como as pérolas escondidas que nunca viram hit, mas que o Nenhum de Nós sempre tem a felicidade de espalhar pelo repertório.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

MASTODON - Live At The Aragon

Em tempos que bandas ditas “Históricas” aventuramse executando (e por vezes registrando) seus álbuns clássicos e/ou mais populares na íntegra, o Mastodon, com pouco mais de uma década de existência, se mostra uma banda de colhões: em seu primeiro ao vivo, focou todas as atenções no último álbum de estúdio. O quarteto norte-americano executa todas as faixas do essencial Crack the Skye, cujo DNA vem de pais tão distintos – e complementares – como Metallica, King Crimson e Kyuss, variando entre a lisergia sludge e a sujeira stoner. O set é incrementado por uma faixa de cada um dos quatro álbuns anteriores do conjunto, em que a agressividade reina cercada pela sonoridade orgânica dos instrumentos, com a distorção de guitarra derrubando paredes e Troy Sanders cantando como um porco à beira de ser estirpado. O fato de a última faixa do set ser uma versão para “The Bit”, do barulhento Melvins, diz muito sobre quem são esses caras – e que caminhos vão seguir quando crescerem ainda mais. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

PITTY - A Trupe Delirante No Circo Voador

Se você adora Pitty, já sabe que ela revive um dos rocks mais inspirados do repertório de Roberto Carlos, ‘Se Você Pensa’, de 1968, no CD e no DVD que gravou ao vivo no Circo Voador em dezembro. Nas lojas este mês, ‘A Trupe Delirante no Circo Voador’ é o primeiro trabalho de Pitty após o sucesso de ‘Me Adora’, o irresistível hit pop de seu álbum ‘Chiaroscuro’ (2009).
A regravação do rock de Roberto e Erasmo Carlos cumpre a função de manter Pitty no trilho pop aberto por ‘Me Adora’, que, aliás, encerra a gravação ao vivo em registro catártico que exemplifica a comunhão entre a artista e seu público. Mas quem adora Pitty sabe também que ela se destaca por ter atitude numa geração em que os roqueiros se deixam plastificar pela estética padronizante da MTV.
Nesse sentido, ‘A Trupe Delirante no Circo Voador’ não trai a ideologia de Pitty. Se há no roteiro balada despudoramente romântica (‘Só Agora’), há também — em contrapartida — tema de fúria punk (‘Medo’). Pitty também honra seu passado ao dividir os vocais de ‘O Senhor das Moscas’ com Fábio Cascadura, lendário roqueiro da cena ‘indie’ da Bahia.
Em repertório que curiosamente ignora o segundo disco de estúdio de Pitty, ‘Anacrônico’ (2005), há a inédita ‘Comum de Dois’ e alguns ‘lados B’ que amenizam a redundância do projeto, já que a artista tem apenas três álbuns de estúdio e já lança o segundo registro ao vivo de show. Coisas do mercado fonográfico! Mas a postura de Pitty é íntegra.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

MALHAÇÃO - Internacional 2011

Antenada com o gosto jovem, a nova trilha sonora internacional da novelinha teen fala a linguagem da galera. Prova disso é a seleção de ídolos adolescentes reunidos nas 13 faixas. Katy Perry, com “Teenage Dream”, Ke$há, de “Tik Tok”, e Lu Alone, em “Girls Can Rock”, são só algumas
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

JOTA QUEST - Quinze

No ano em que completa 15 anos de estrada, a banda mineira Jota Quest lança sua primeira compilação de sucessos. O álbum duplo “Quinze” é composto por 30 faixas, que incluem sucessos como “Encontrar alguém” e “Fácil”. Há também raridades como a versão latina do hit “Na Moral”, e três canções inéditas.
Para montar o repertório, o quinteto fez uma enquete em seu site oficial e recebeu uma demanda tão grande que precisou alterar o projeto para atender aos fãs.
“- A ideia inicial era fazer apenas um CD, mas entramos nessa luta de espremer ali tudo o que era importante, e a lista acabou virando um disco duplo” – diz Marco Túlio, guitarrista da banda: “- Também colocamos as músicas que tinham alguns significado para nós, como “Jogo”, primeira gravação de estúdio que fizemos.”
Para Túlio o lançamento da coletânea é um novo fôlego para continuar o trabalho:
“- Como qualquer debutante, o que está nos instigando é o que vem por aí. Mais do que viver um momento nostálgico, queremos olhar para o futuro."
A árdua tarefa de resumir dez álbuns em uma coletânea é cumprida com maestria pelo Jota Quest. Sem deixar os grandes sucessos de fora, a banda selecionou para o repertório gravações raras e músicas pouco conhecidas. O trabalho de remasterização dos singles originais faz com que a qualidade sonora do disco se mantenha do início ao fim.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

CAETANO VELOSO E MARIA GADÚ - Multishow Ao Vivo

Por mais que o bom repertório autoral de Gadú fique redundante nesta sua segunda consecutiva ravação ao vivo, é inegável a beleza do show que junta a cantora com Caetano veloso. Os duetos, claro, são o supra-sumo do registro.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;





Não é novidade: hoje, é tão difícil emplacar um disco que venda bem que, quando isso acontece, o repertório é explorado ao máximo em relançamentos e versões ao vivo. Maria Gadú lançou um belo álbum de estreia em 2009, emplacou faixa após faixa em produções da Rede Globo e se viu como um dos nomes mais populares na música brasileira em 2010, com o respaldo de mais de 100 mil cópias vendidas. Tudo isso com mérito extra, já que, em Maria Gadú, oito das 13 faixas são de autoria dela. Ainda que não se possa tirar a qualidade do trabalho, fica difícil receber tanto material ao vivo da jovem cantora. No final de 2010, veio o Multishow ao Vivo; agora, cerca de seis meses depois, surge mais um lançamento com a marca do canal pago, desta vez em parceria com Caetano Veloso (que também aparece no recém-lançado Caetano zii e zie). Como outros totens da MPB – Milton Nascimento e João Donato entre eles –, Caetano elogiou Gadú, muito antes de tocarem juntos. O encontro musical veio a convite da Globosat, que chamou os dois para o show de inauguração de um novo prédio da companhia. Como Paula Lavigne explica nos extras do DVD Multishow ao Vivo Caetano e Maria Gadú, a química entre os dois, no palco, foi natural, o que estimulou a ideia de uma turnê lado a lado. A gravação do álbum duplo ocorreu em dezembro de 2010, no Rio de Janeiro, no último de uma série de shows feitos pelo Brasil. Não há firulas nos arranjos – são apenas os dois no palco (ora juntos, ora separados), cada um com seu violão (ora simultaneamente, ora solo). Ao todo, são 26 músicas, divididas em dois CDs. No primeiro, a parte mais saborosa do lançamento, estão as faixas cantadas em parceria (11, todas de Caetano, exceto “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa). “O Quereres”, “Vaca Profana” e “Nosso Estranho Amor” se destacam entre as demais, surgindo perfeitas para o canto em dupla. Há uma surpresa para os fãs: “Beleza Pura”, “Rapte-Me Camaleoa” e “Vai Levando” aparecem aqui pela primeira vez em um registro oficial ao vivo do cantor (no CD 2, com Caetano sozinho, há mais duas músicas nessa condição, “Milagres do Povo” e “Genipapo Absoluto”). Do repertório de Caê, Gadú canta sozinha “Podres Poderes”. Já Caetano escolheu “Shimbalaiê” para mostrar sem acompanhamento. É o primeiro e maior hit da cantora e foi tocado à exaustão no ano passado, o que tem lá seu lado negativo. Maria Gadú a escreveu quando tinha 10 anos, fato que justifica a letra mais simplista, em comparação às suas outras faixas autorais. O segundo disco é igualmente agradável aos ouvidos, mas menos pertinente. Gadú canta sozinha “Bela Flor”, “Encontro”, “Tudo Diferente”, “Dona Cila”, “Escudos” e “A História de Lily Braun”, todas presentes em seus lançamentos anteriores. Enquanto ela mantém a postura tímida (dá para ouvila rindo encabulada ao agradecer os aplausos), Caetano interage em sua parte solo do show, dando a deixa para o coro em “Odeio” e “Desde que o Samba É Samba”. O registro em vídeo deixa transparecer o clima de reverência de Gadú, que é mostrada abraçando o ídolo, emocionada nos bastidores e chorando, no palco, quando Caetano canta “Shimbalaiê”. Com um cenário simples como a apresentação, mas bonito, o show é mostrado na íntegra, porém em ordem diferente da dos CDs. Seria difícil um produto não funcionar com duas belas vozes, acostumadas ao estilo “banquinho & violão”. No entanto, a repetição cansativa do repertório de Gadú já começa a se tornar entediante.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

PLEBE RUDE - Rachando Concreto Ao Vivo Em Brasília

“Até Quando Esperar”, “Censura”, “A Ida”... Está tudo no álbum gravado ao vivo em Brasília, que reúne 18 faixas (no DVD são 21) e traz Clemente, ex-Inocentes, como integrante. Prato cheio para fãs da Plebe. E aí está o drama: vale para quem gosta, porque é o mais do mesmo que a banda vem tocando.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;


Em seu primeiro DVD, a Plebe Rude mostra a habitual atitude de inspiração punk. Com a adesão de Clemente (do grupo Inocentes), a banda rebobina hits, presta tributo a colegas de feração (como Escola de Escândalo) e apresenta a inédita “Tudo Que Podia Ser”
FONTE: Jornal O DIA, seguda-feira, 16 de maio de 2011;

THE CARS - Move Like This

Reunidos em 2010, após hiato de 22 anos, o grupo volta à cena com disco de estúdio fiel à sua obra inicial. Estacionando na transversal do seu tempo, The Cars transita por pop “power” rock. “Too Late” é hit!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

MOBY - Destroyed

Somente a sublime “Lie Down In Darkness” já vale o disco em que o DJ de Nova York (EUA) reúne temas compostos em quartos de hotel. “Sevastopol” é a faixa dançante de CD mais climático. É belo!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ROXETTE - Collection Tour Brazil

Não se engane com o título do álbum e a foto na capa. Pegando carona na recente passagem do Roxette pelo país, o disco é uma compilação requentada dos sucessos da banda. Dez das 14 faixas já estavam numa coletânea de 1996, sinal de que eles não produziram muitos hits desde então.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

DANI MACACO - Moving

A mistura de rumba e reggae promovida pelo espanhol ganha um toque especial com as participações dos brasileiros Marcelo D2, Seu Jorge, BNegão e Nação Zumbi. Neste disco, o cantor compila sucessos dos seus seis CDs. O destaque vai para a faixa-título, que está na trilha de "Morde & Assopra"
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

GORILLAZ - The Fall

Ganha edição em CD no Brasil o quarto álbum do grupo virtual. Desta vez, o Gorillaz não soa tão interessante. Entre ruídos e experimentações, o CD destaca a canção "Amarillo". No todo, "The Fall" é denso.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

GUILHERME & SANTIAGO - Elétrico - Ao Vivo No Trio

Dupla projetada na onda do sertanejo universitário, Guilherme & Santiago lançam a inédita "Predadora" em DVD gravado ao vivo em show feito em trio elétrico no Goiânia Country Folia. O roteiro traz temas como "Tá Se Achando".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

AVIÕES DO FORRÓ - Ao Vivo Em Salvador

Para quem gosta do forró diluído e (pop)ulista do grupo cearense, o DVD decola sem susto. "Ao Vivo Em Salvador" reitera a afinidade de Ivete Sangalo com Aviões na inédita "Chover Canivete" e em "Sintonia e Desejo". Voo raso!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

quarta-feira, 4 de maio de 2011

FUNDO DE QUINTAL - Nossa Verdade

Anunciado desde janeiro, o CD do grupo chega, enfim, às lojas sem decepcionar. Seja na roda baina ("Teu Jogo") ou no partido alto ("Bossa Nossa"), o quintal do Fundo ainda dá samba de primeira. Ouça!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 02 de maio de 2011

MANÁ - Drama Y Luz

O grupo mexicano volta excessivamente pop e baladeiro em seu primeiro disco de ínéditas em cinco anos. "Lluvia Al Corazón" e "Amor Clandestino" são faixas com jeito de hit. Inclui DVD com "making of".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 02 de maio de 2011

RICKY MARTIN - M. A. S. Musica Alma Sexo

Após seis anos sem lançar um disco de estúdio, Ricky Martin tenta voltar às paradas com um CD que tem uma pitada de Brasil. É que a faixa "Samba", uma das melhores do álbum, tem a participação de Cláudia Leitte. Outra a emprestar seu talento e Joss Stone, em "The Best Thing About Me Is You".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011

TOQUINHO - Mosaico

Disco de 2005 que está sendo relançado agora, "Mosaico" fala do descobrimento do Brasil por meio de músicas compostas por Toquinho e Paulo César Pinheiro para uma peça. Se não é um disco gostoso de se ouvir várias vezes, vale pela forma criativa com que parte da nossa História é contada.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011

ADELE - 21

Quem ouve esse CD entende por que Adele conseguiu se manter por nove semanas nas paradas da Inglaterra. O segundo álbum da cantora dá continuidade ao sucesso do primeiro, "19". Outras britânicas, como Duffy e Kate Nash, não conseguiram esse feito. Destaque para a faixa de abertura, "Rolling In The Deep".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011


Amy Winehouse gravou o disco que a consagrou, "Back To Black" (2006), movida pela dor de ter sido largada pelo marido. Adele, cantora britânica que tem causado sensação no Reino unido este ano, foi pelo mesmo caminho ao gravar seu segundo álbum, "21", lançado este mês no Brasil. O disco é excelente e mostra como uma dor-de-cotovelo pode render belos CDs e impulsionar uma carreira.
Adele é uma versãocareta de Amy Winehouse. "21", cujo título alude à idade que ela tinha na época da gravação do CD, é em essência um recado para o ex-namorado da cantora. A artista destila alguma raiva e muita melancolia em pungentes temas autotais como "Set Fire On Rain" e "Someone Like You".
A faixa que abre o CD, "Rolling In The Deep", é um soul sombrio que, às vezes, soa quase como um blues. A música expõe de cara a potência da voz de Adele. Mas a influência do soul não se mostra tão nítida em "21" como no som de Amy Winehouse. Adele curte sua dor de amor ao som de baladas envolvidas por piano. Porém, há elementos de country, folk e (claro) soul em seu disco, produzido por Rick Rubijn e Paul Epworth.
Como o futuro de Amy Winehouse permanecer incerto (ainda que haja esperança que seu terceiro álbum seja lançado este ano), Adele tem mostrado fôlego nas paradas inglesas para ocupar no coração dos britânicos o lugar que (ainda) é de Amy. "21" merece o sucesso que tem feito por ser um disco que exprime honestidade e emoções reais.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 02 de maio de 2011