sexta-feira, 29 de abril de 2011

INSENSATO CORAÇÃO - Samba

O chapéu panamá de Camila Pitanga na contracapa e no encarte do disco já diz tudo: "Insensato Coração - Samba" é trilha sonora perfeita para quem gosta de uma boa gafieira. Quem não é doente do pé vai dar show no salão ao som de sucessos românticos recentes de bambas do gênero, como Zeca Pagodinho ("Poxa") e Arlindo cruz ("Não Dá"). Também há releituras de clássicos como "A Voz Do Morro" na interpretação de Marcos Sacramento, e "Tristeza", numa bela versão de Soraya Ravenle.
E quem é bom da cabeça vai gostar da irreverência de Marcelo D2, com a regravação de "A Semente", do ídolo da malandragem, Bezerra da Silva, e se divertir com "Quer Saber Da Minha Vida, Vai Na Macumba" de Dudu Nobre, uma deliciosa alfinetada nos que gostam de saber das fofocas alheias: "Madame em salão de beleza/ com toda certeza quer bisbilhotar/ Enquanto o cabelo não seca/ meu nome é peteca pra lá e pra cá".
Destaque ainda para "Panos e Planos", de Moyses Marques, e "Beijo Sem", composição de Adriana Calcanhotto, num dueto de Teresa Cristina e Marisa Monte. O que não dá pra entender é a inclusão no CD da manjada "Mulheres", de Martinho da Vila. Atravessou.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

SONGS FOR JAPAN

Com 37 faixas, divididas em dois discos, "Songs For Japan" traz alguns dos mais importantes artistas pop do mundo num projeto para angariar dinheiro para as vítimas do terremoto no Japão. Na lista estão nomes com U2 ("Walk On"), Shakira ("Whenever, Wherever") e Justin Bieber ("Pray").
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

CPM 22 - Depois De Um Longo Inverno

Quatro anos afastado dos estúdios e que a sensação que fica é que o CPM 22 nem precisava ter voltado. Longe do hardcore melódico, gênero que apresentou a banda ao Brasil, o quarteto, agora perde-se entre o ska e o punk rock. Tudo bem meia-boaca. De bom, apenas a capa, que, aliás, ficou bacaninha.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

QUIZOMBA - Vem Pra Cá Dançar!

A receita do Quizomba está longe de ser original, mas a mistura de sucessos da MPB com uma banda cheia de suingue é sempre boa. Neste álbum, gravado ao vivo, em fevereiro, no Circo Voador, estão músicas como "Olhos Coloridos", "Quando a Maré Encher", "Sonífera Ilha" e "Preta Pretinha".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

OZZY OSBOURNE - Scream - Brazil Edition

Os fãs pedem, mas não adianta: Ozzy Osbourne não quer mais saber de "No More Tears". A música, porém, está no disco e em versão ao vivo, gravada na Inglaterra, em 2010. Outras canções desse show também estão no CD, que tem ainda faixas inéditas e capa com a nossa bandeira. Presentaço para os brasileiros!
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

LUAN SANTANA - Ao Vivo No Rio

Foi o próprio Luan Santana que esteve à frente da produção musical de "Ao Vivo No Rio", seu mais novo CD/DVD gravado em dezembro do ano passado, na HSBC Arena.
"- Tive apenas dois meses para formatar o espetáculo na minha cabeça. Hoje, me sinto mais seguro. No primeiro show, eu não sabia onde enfiar a mão, o que falar para a galera. Estou mais ousado". - assume o cantor, de 20 anos.
Num período de apenas cinco anos de carreira, o garoto de Campo Grande (MS) foi catapultado à fama nacional. É assim também que ele aparece, logo no início do DVD: Luan toma impulso numa plataforma debaixo do palco e, num pulo, surge diante de 15 mil fãs que lotaram a arena, na Barra. 
"- Sou bem ligado a inovações gringas. O "catapult", por exemplo, ia ser usado na turnê "This Is It", do Michael Jackson. As máquinas de fogo foram trazidas pelo meu empresário de uma feira da Alemanha" - orgulha-se o rapaz.
Mas a grande sensação do show é o sobrevoo de Luan por cima da plateia, enquanto canta a inédita "Vou Voar". Esse é o único equipamento que não será levado para a estrada nas apresentações pelo Brasil.
"- Essa experiência foi ótima!" - conta Luan que desembolsou nada menos que R$ 4 milhões para a superprodução (a gravação de seu primeiro DVD, "Luan Santana Ao Vivo", em 2009, tinha custado a bagatela de RS 1 milhão)
Além dos efeitos especiais, O DVD conta com as participações de Ivete Sangalo (em "Química do Amor"), Zezé Di Camargo & Luciano (no pot-pourri "Amor Distante/ Inquilina de Violeiro") e da cantora espanhola Belinda ("Meu Menino"). Os convidados incrementam o supershow e Luan prova que é muito mais que um rostinho bonito.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 18 de abril de 2011;

RODRIGO SHA - Tom

Cantor, compositor, saxofonista e flautista, Rodrigo Sha apresenta um disco suave sem grandes emoções, seja para o bem ou para o mal. Ele mescla composições próprias com sucessos internacionais como "Fly Me To The Moon" e "Night and Day", ambas sem o charme que os clássicos merecem.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 18 de abril de 2011;

TRIO MADEIRA BRASIL - Trio Madeira Brasil

Enquanto finaliza seu disco de estúdio, o Trio Madeira Brasil reedita seu primeiro CD, lançado originalmente em 1998. Com arranjos inspirados, as cordas do trio valorizam choros, maxixes e valsas de grandes compositores. Vale a pena ouvir!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 18 de abril de 2011;

GERALDO AZEVEDO - Salve São Francisco

Sob produção do guitarrista Robertinho do Recife, Geraldo Azevedo celebra o "Velho Chico" - como é chamado o São Francisco, rio que banha cinco estados do Brasil - no CD e DVD "Salve São Francisco". Ivete Sangalo é uma das convidadas. A artista baiana e o compositor pernambucano cantam em tons suaves "O Ciúme", música de Caetano Veloso (de 1987) que cita o "Velho Chico" na letra.
O DVD exibe imagens das gravações de estúdio. Somente a imagem de Maria Bethânia não foi captada para o vídeo. Apenas a voz da cantora é ouvida na bela interpretação de "Carranca que Chora", parceria de Geraldo com Capinam que adquire jeito de toada ruralista no registro de Bethânia, destaque do DVD.
Djavan é o intérprete de "Barcarola do São Francisco". Já a voz pequena de Fernanda Takai se ajusta bem ao tom bossa-novista de "Opara", faixa que ilustra a influência de João Gilberto sobre Geraldo.
O rio do compositor abarca também Dominguinhos, Moraes Moreira, Alceu Valença e Roberto mendes. Algumas músicas são inéditas, caso de "Santo Rio". Outras já são conhecidas, como "Riacho do Navio". Todas se banham no caudaloso "Chico".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 18 de abril de 2011;




Pernanbucano de Petrolina, Geraldo Azevedo resolveu homenagear o Rio São Francisco e acertou a mão em seu novo disco. Todas as faixas, cada uma com um convidado especial, têm o Velho Chico como personagem. Um destaque é "O Ciúme", de Caetano Veloso, com a participação de Ivete Sangalo.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 18 de abril de 2011;

OS PARALAMAS DO SUCESSO - Multishow Ao Vivo Brasil Afora

O DVD registra o azeitado show estreado pelo grupo em 2009. Baseado no CD "Brasil Afora", o show ganhou adesões de Pitty e Zé Ramalho na excelente gravação feita em dezembro no Rio. A pegada do trio é imbatível em cena.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 18 de abril de 2011;


Os roqueiros do Paralamas do Sucesso têm muito o que comemorar. Além de estarem lançando um novo disco, "Paralamas Brasil afora", já se preparam para iniciar a agenda comemorativa pelas três décadas de carreira e festejam no dia 05 de maio o aniversário de 50 anos de Herbert Vianna.
"- Foi uma benção ter encontrado irmãos tão maravilhosos como o João (Barone) e o Bi (Ribeiro)" - diz Herbert, que não se imagina longe dos parceiros: "- Vamos tocar até ficarmos bem velhinhos. Costumo brincar que estamos começando um novo ciclo de 30 anos".
O trabalho recém-lançado do trio foi gravado ao vivo no fim de 2010, no Rio, e chagou às lojas em CD e DVD. No repertório estão músicas do disco anterior, "Brasil afora" (2009), além de antigos sucessos - como "Ska" e "Óculos" - e canções menos conhecidas - entre elas, "Pólvora".
Registro da turnê que o Paralamas vem fazendo há dois anos, o novo álbum traz as participações de Zé Ramalho, na faixa "Mormaço", e Pitty, em "Tendo a Lua". Apesar da agenda intensa, Herbert garante que o corpo está pronto para a próxima: "- Estamos preparando um CD em espanhol e até o fim do ano lanço meu quarto disco solo".
A performance do Paralamas é um show por si só. A animação do público, perceptível pelo coro de vozes que transparece na gravação em várias faixas do disco, mostra que 30 anos de estrada não cansaram os roqueiros. A mistura bem dosada de sucessos com novas canções, aliada às belíssimas participações, torna o CD divertido e agradável.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011

DJ MARKY - FabricLive.55

Chega ao Brasil o disco gravado ao vivo pelo DJ brasileiro em clube londrino. Fiel ao "drum'n bass" que lhe deu fama mundial, Markt reúne temas habituais em seus "sets".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 18 de abril de 2011;




Fabriclive.55 traz autênticas pedradas selecionadas pelo DJ e produtor de drum and bass que mora meio em São Paulo, meio em Londres – Fabriclive é o nome da festa londrina onde Marky se apresenta. A ideia é transmitir as vibrações, os graves e agudos de uma pista comandada por ele, mas com faixas que permitem ouvir o trabalho em diversas situações: desde um som ambiente para a leitura até um encontro com os amigos. Parceiros de drum and bass como o japonês Makoto, o brasileiro S.P.Y. (Carlos Lima) e o britânico Marcus Intalex – outro veterano do estilo – aparecem com suas faixas, que, mixadas, fazem o ouvinte não sentir as 24 músicas passando. E ouvir este CD seguidamente se torna um fato raro: o DJ Marky nunca repete seus sets. Só este, que dá para ouvir quantas vezes quiser. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

THE KILLS - Blood Pressures

Editado no Brasil pelo selo Lab 334, o quarto CD da dupla soa sombrio e sujo em faixas como "Future Starts Slow". Mas soa delicado na bela balada "The Last Goodbye". Bom!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 18 de abril de 2011;

sábado, 16 de abril de 2011

DUDU NOBRE - O Samba Aqui Já Esquentou

A música que dá nome ao CD homenageia o Cacique de Ramos, bloco carnavalesco carioca que foi berço de boa parte do samba funda de quintal dos anos 80. A turma de lá é influência clara para Dudu Nobre, ainda que ele também traga algo da década posterior. "Que Gostoso" e "Cem Por Cento Você", duas composições dele com outros parceiros, flertam com o pagode romântico dos anos 90. Por falar nisso, a regravação de "Pra Que Vou Recordar O Que Chorei", de Carlos Dafé, acentua proximidades entre esse tipo de som e o soul brasileiro. Um dos pontos altos é o partido alto "Quer Saber da Minha Vida, Vai Na Macumba", de Dudu e Nei Lopes, que faz crítica bem-humorada ao mundo das celebridades. "Corda de Aço", de Cartola, também ganha versão.
FONTE: Revista Billbboard Brasil ed.18; Abril-2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

THE BEE GEES - In Our Own Time

Já existiam dois ótimos documentários sobre os Bee Gees: Keppel Road e This Is Where I Came in. Apesar de cobrir muita coisa do que já foi falado antes, este aqui complementa os demais. Barry e Robin Gibb, os dois Bee Gees que restaram, recordam com respeito e melancolia o irmão Maurice, que morreu inesperadamente em 2003. Barry e Robin deixam claro que “o homem do meio”, como era conhecido Maurice, era a “cola” que unia os Bee Gees, e, sem ele, o grupo tinha que acabar mesmo. Também falam de outro irmão que se foi, Andy, o caçula, que faleceu em 1988 depois de anos de abuso. Barry, em particular, mostra que não superou o trauma, já que, apesar de a família ter tentado, ninguém conseguiu evitar o declínio de Andy. Ele conta que, na última vez que ele e Andy se falaram, o teor da conversa foi bem ríspido e isso o incomoda até hoje. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011

CAETANO VELOSO - Zii e Zie

Depois de dois discos e duas turnês, Caetano Veloso e a Banda Cê estão afiados. E parte dessa progressão está no DVD duploCaetano zii e zie. Tudo começou com o laboratório Obra em Progresso (registrado no disco bônus, em curtos 30 minutos), uma série de shows semanais na qual o artista mostrava as músicas recém-compostas – e que integrariam o disco zii e zie –, além de versões para músicas de outros autores. A bela “Água”, de Kassin, está aqui, em performance acústica e econômica, assim como a amarga “Vingança”, de Lupicínio Rodrigues. “Três Travestis” – dos anos 70 e resgatada na época do escândalo do então jogador Ronaldo – acabou não registrada em estúdio por Caetano, mas ficou imortalizada aqui. Ainda há um making of de meia hora, amarrando tudo. No show principal, faixas recentes como a pulsante “Perdeu” e a hormonal “A Cor Amarela” dividem espaço com resgates certeiros, como “Maria Bethânia” e “Não Identificado”, em arranjos redondíssimos da Cê. Encerrando a apresentação – editada a partir de dois shows no Vivo Rio, em outubro de 2010 –, Jorge Mautner empresta sua energia a “Manjar de Reis”.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011

THE VACCINES - What Did You Expect From The Vaccines?

O álbum de estreia do Vaccines é melhor apreciado sem qualquer préconcepção sobre ele ou o grupo. É uma ideia conceitual simples: certa angústia punk misturada com eco (para emular a grandiosidade das produções de Phil Spector, em um clima mais sujo e limitado) com letras sobre relacionamentos e lamentações comuns a qualquer jovem adulto. Dessa forma, “If You Wanna” esbanja solidão, com o vocalista Justin Young se abrindo sem medo: “Você quer voltar? Se você quiser voltar, por mim tudo bem”. A bateria de andamento mutante de Pete Robertson e a guitarra básica (e ao mesmo tempo pomposa) de Freddie Cowan levam a mudanças rítmicas que transformam a melancolia em algo dançante. Há faixas com algo das guitarras de Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine, como “Blow It Up” – mas talvez seja mais o caso do Vaccines ter sido influenciado pelos mesmos artistas que essas bandas. O som aqui é intenso, mas não tem o mesmo “peso de pancada” nos ouvidos. E há as baladas que parecem ter saído de uma compilação obscura dos anos 50. “Wetsuit” é uma das mais sérias do disco, com uma camada de efeitos sombrios ao fundo, criando uma crescente tensão. Na mesma onda, “Post Break Up Sex” e “All in White” balanceiam angústia instrumental, mas com uma incrível capacidade de não se tornarem faixas depressivas. Então, sim: o Vaccines conseguiu fazer um disco redondo, interessante e instigante em medidas iguais. Modesto, com aspiração a grandioso, mas um honesto retrato de artistas ainda em desenvolvimento.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011


"Eu tenho tempo demais nas minhas mãos/ Mas você não entende." O coitado Justin Young nem parece o vocalista da banda nova mais comentada do rock inglês em 2011, os Vaccines. Com visual nada roqueiro, de camiseta social pra dentro da calça, ele sofre por uma mulher que a deixou sozinho ("A Lack Of Understanding", dos versos acima), por uma que ele vai deixar sozinha ("Who You Are") e até por outra que deixou o ex namorado sozinho e transou com ele ("Post Break-Up Sex"). O revival do revival do rock de garagem e os lamentos classe média de Young são capazes de comover pessoas comuns. Difícil é convencer a turma blasé que curte "bandas novas mais comentadas do rock inglês".
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011

ALEX TURNER - Submarine

Submarine foi concebido como trilha sonora para o longa homônimo dirigido por Richard Ayoade – que já trabalhou com Turner em outras oportunidades, dirigindo os clipes “Crying Lightning” e “Cornerstone”, além do DVD At the Apollo. E não espere aqui resquícios dos trabalhos anteriores de Alex. Se a intenção era criar algo distante da sonoridade de sua principal banda titular, o cantor teve êxito. Algumas referências sonoras dos Monkeys podem ser percebidas, como na ótima “Stuck on the Puzzle”, mas no geral Submarine passa longe do indie rock marcado por riffs e vocais sujos. “It’s Hard to Get Around the Wind” traz influências dos anos 60, mescladas a country e baladas pop. Já “Hiding Tonight” consegue uma estranha, mas intensa empatia com o ouvinte. Turner se concentra em canções acústicas de vocais suaves. Um ritmo mais calmo e simplicidade marcam esse novo passo do vocalista.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011

ZEZÉ MOTTA - Negra Melodia

Negra Melodia é um tributo a dois grandes compositores da música brasileira: Luiz Melodia e Jards Macalé. Mais conhecida como atriz, Zezé Motta tem também uma pequena discografia, concentrada nos anos 70 e 80, em que já recebia colaborações dos dois. Agora, ela resolve juntá- los em 12 faixas, num repertório sem escolhas e arranjos óbvios. “Anjo Exterminado” (Macalé) ganha ares de pop rock, algo próximo de uma Jovem Guarda atualizada. “Vale Quanto Pesa” (Melodia) vira um simpático reggae pontuado pelo naipe de metais. “Pano pra Manga” (Macalé/Xico Chaves) faz o clima de gafieira baixar no CD. “Divina Criatura” (Melodia/Papa Kid) tem percussão à la Olodum. Zezé participou de grande parte do processo de produção deste CD, da seleção do repertório (“Soluços”, de Jards Macalé, foi uma escolha pessoal) aos arranjos (esta mesma faixa é uma balada matadora e tem uma interpretação forte e marcante). Uma boa homenagem a dois artistas importantes para a história da nossa música.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011

ROXETTE - Charm School

Muita gente gosta de comparar o Roxette com o Abba em pelo menos duas categorias: a vocação para ser “guilty pleasure” (aquela banda “brega” que a gente gosta mesmo assim) e a habilidade em compor melodias pop grudentas. Guardando as devidas proporções e lembrando que as duas bandas também são suecas, dá para respeitar a carreira do Roxette e lembrar que eles têm pelo menos uns dez hits que todo mundo conhece. Separados desde 2001, Per Gessle e Marie Fredriksson voltaram aos shows e agora ao disco com este Charm School rezando na mesma cartilha pop de sempre, um tipo de sonoridade que está em extinção em meio a tantos raps cafetões e rocks nervosinhos. O primeiro single, “She’s Got Nothing (But the Radio)”, é um chiclete dançante que lembra... Abba. Balanços e baladinhas estão presentes neste álbum honesto e bem-acabado.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011

PAUL SIMON - So Beautiful Or So What

“Quem acredita nos anjos? Eu acredito”, pergunta e responde Paul Simon em versos de “Questions for the Angels”, um dos dez temas inéditos de So Beautiful or So What, seu primeiro álbum de estúdio em cinco anos. O tom é quase celestial. Parece haver mesmo algo de sagrado nessa inspirada safra autoral do compositor, a julgar por músicas como “Love Is Eternal Sacred Light”. No ritmo dos santos, Simon volta à cena sem procurar impressionar ou se ajustar ao tom industrializado do pop contemporâneo. Ao contrário, neste disco produzido por Phil Ramone ao lado do próprio artista, a intenção foi reconectar Simon ao processo artesanal que moldava seus discos nos anos 70. A alta carga emocional de “Love and Hard Times” indica se tratar de um artista movido por sua própria alma. O que explica a delicadeza do tema instrumental “Amulet”, urdido com cordas, e os ecos afro da obra-prima da carreira solo de Simon,Graceland (1986), detectáveis nos vocais de “Love and Blessings” e “Dazzling Blues”. Um disco vigoroso que celebra o amor em tempos de cólera.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011




Com ecos do histórico "Graceland" (1986) em temas como "Love And Blessings", Simon reúne dez canções autorais de forte espiritualidade neste CD feito à moda antiga.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 18 de abril de 2011;

MARCELO CAMELO - Toque Dela

Reinventar-se é uma necessidade do ser humano. Mudar e ainda manter-se si mesmo é que é a prova dos nove. Artisticamente, a mudança é mais que humana: é percurso. No caso de Marcelo Camelo, desde os tempos de Los Hermanos, o caminho parece ser não se referenciar pelos paradigmas, mas relativizá-los constantemente. A ruptura e a busca da reinvenção não são mera iconoclastia, mas sim um grande elogio à liberdade criativa. Afirmar que Camelo fez um disco de amor talvez não soe novidade. MasToque Dela é, certamente, seu conjunto de canções que soa mais pessoal, o amor como declaração direta e carta aberta. Gravado ao longo de 2010 no estúdio El Rocha, entre caminhadas no bairro de Pinheiros, em São Paulo, onde fica o estúdio e onde mora o carioca Camelo nos últimos dois anos, Toque Dela soa um disco tranquilo e fluido, como se produzido por ele próprio e gravado entre amigos e sem pressa, o que realmente foi. A mixagem do álbum, feita pelo norte-americano ligado ao dub Victor Rice, é provavelmente bem diferente do que seria se não tivesse sido gravado por conta própria e só depois de pronto licenciado à major Universal, o que configura aqui um tremendo elogio. Um disco bem pessoal, inclusive no som, com algumas faixas gravadas pelo próprio Camelo tocando as bases de baixo, bateria, percussão, violão e guitarra. Em todas as outras, é acompanhado pelo sexteto Hurtmold, que já tocava em metade das faixas de seu primeiro disco. Curiosamente, ao mesmo tempo que é um disco mais “de banda” que o anterior, às vezes com três guitarras, é cheio de tons acústicos, costurado com assobios, ukuleles, metalofones, naipes de sopros, cores, pores-do-sol, visões do mar, solos e noises poéticos com a participação de Marcelo Jeneci na sanfona ou no piano elétrico, o suíço Thomas Rohrer na rabeca e o norte-americano Rob Mazurek na corneta, interessantes figuras no som criado em São Paulo hoje. Três das dez músicas do CD, por sinal, citam “a cidade”. Quatro falam do sol. “Morena” e “Pretinha” também são referências comuns e a palavra amor aparece sete vezes nas letras. Três anos atrás, quando duetava em seu primeiro disco com Mallu Magalhães, com quem começava a namorar então, Camelo cantava a possibilidade de a eternidade ser cruel. Hoje, em ‘‘Vermelho’’, faixa em que Mallu participa, ele se assume sem medo, filho da eternidade. Tempo de recomeçar, declaração direta, como em “Acostumar”, “Pra Te Acalmar” e “Tudo Que Você Quiser”. A solidão é doce, mas é triste viver só dela. O cartunista e poeta carioca André Dahmer, da inspirada série de tiras Malvados e do recente livro Ninguém Muda Ninguém, oferece a única parceria do disco todo composto por Camelo, na climática e sensível “Três Dias”, que abre o simbólico lado B do álbum. E o expressivo traço das ilustrações de Biel Carpenter participa intimamente do resultado visual, acompanhando e interpretando literal ou figurativamente as letras. Um grande disco, como toda a arte, capta palavras, sons, ideias e fotografa o momento. Em sua estética do espontâneo, desenhando um universo poético simples, mas não óbvio, Marcelo Camelo finalizou um disco de amor – declaração de amor –, tocante como afirmação artística. Talvez ouvir de longe o antigo companheiro de banda Rodrigo Amarante e de perto a namorada, Mallu Magalhães, tenha lhe feito bem. Não apenas um disco sobre o toque dela, mas um disco com um toque dela.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011;


Marcelo Camelo disse que seu segundo disco seria "mais animado". É verdade. Mas não espere ver o ex-Hermano voltando a castigar uma guitarra sob base hardcore. Assim como Sou, sua estreia solo, de 2008, Toque Dela tem canções com andamentos vagarosos, arranjos acústicos e vocais sussurrados. Mas, se o anterior era um disco introspectivo, este é sobre o incômodo com a própria introspecção. São dez faixas, incluindo "Despedida", que já havia sido gravada por Maria Rita. A namorada Mallu Magalhães não aparece como no disco anterior, mas tudo parte do toque dela. "Você me chama pro mundo/ E me faz sair do fundo de onde eu tô", canta Camelo em "Vermelho". Os assobios do primeiro single, "Ô Ô", e o balanço de "Pretinha" mostram que o cantor resolveu finalmente perguntar para si mesmo: "Cadê Teu Suin-gue?". Mesmo quando ele ainda parece autista, Toque Dela é comovente pelo esforço em parar de lamentar a pedra no caminho e se abrir ao vasto mundo. Na bela "Três Dias", Camelo acha além da sua amada, outra saída para a tristeza. "Se faltar a paz/ Minas Gerais", canta o barbudo, buscando seu lugar na fronteira entre a reclusão mineira e a abertura carioca.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011


Se alguém esperava a volta daquele Camelo do Los Hermanos fase Ventura, de canto vigoroso e ainda confortável com as regras básicas da canção pop, a decepção será enorme. Seu segundo CD solo repete o clima deprimido do anterior, agora com a banda Hurtmold tocando em todas as faixas. Marcelo Jeneci também colabora, pena que sem transferir sua exuberância para a obra de Camelo. Ô Ô e Pretinha são as que mais destoam da placidez reinante. Entrarão para o vasto catálogo de composições memoráveis do carioca.
FONTE: Revista BRAVO! ed.164; Abril-2011

THAÍS GULIN - ôÔÔôôÔôÔ

Chico Buarque está em estúdio gravando seu primeiro disco de inéditas em cinco anos. Mas fãs do compositor já podem ouvir música nova de Chico, "Se Eu Soubesse", no segundo CD da cantora Thaís Gulin, "ôÔÔôôÔôÔ". Gravada com a participação de Chico, a canção não chega a arrebatar, mas é boa e traz a fina poética do autor em letra que fala da Lagoa, em sintonia com o espírito carioca do belo disco.
Cinco anos após um primeiro CD promissor ("Thaís Gulin", 2006), a cantora curitibana - já radicada no Rio - volta com um segundo disco ainda melhor, se tornando forte candidata à "revelação" de 2011.
O mérito de "ôÔÔôôÔôÔ" deve ser repartido com os produtores, Alê Siqueira e Kassin, criadores da sonoridade moderna e elegante que envolve inédita de Adriana Calcanhotto ("Encantada", balada sem a inspiração habitual da autora), pérola de Rodrigo Bittencourt ("Cinema Americano", libelo em favor da delicadeza) e raridade da obra de Jards Macalé e Waly Salomão ("Revendo Amigos", tema nordestino, revestido no CD com crueza de clima roqueiro).
Entre carimbó de Kassin ("Água") e canção que evoca a passionalidade de sua co-autora Ana Carolina ("Quantas Bocas"), Gulin se revela compositora promissora na valsa "Horas Cariocas". Impressão reiterada pelo samba-enredo ôÔÔôôÔôÔ, que batiza o CD e o abre em tom antifolião que contrasta com o carnavalizante "Frevinho", feito com Moreno Veloso. A hora é de Gulin.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 11 de abril de 2011;


Em seu segundo CD, a cantora flerta abertamente com o samba, mas não deixa de lado guitarras distorcidas e outros ritmos brasileiros. A produção é impecável, e os arranjos são bem elaborados. Destaque para a faixa-título, "Quantas Bocas" e "Se Eu Soubesse", com Chico Buarque.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011

BEADY EYE - Different Gear, Still Speeding

O primeiro álbum da banda de Liam Gallagher traz ecos do som do Oasis, inclusive na tentativa insistente de soar como Beatles, referência de vários temas. Retrô e pop, CD não justifica a expectativa...
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 11 de abril de 2011;

FOO FIGHTERS - Wasting Light

O grupo de Dave Grohl volta à cena com disco de peso - com trocadilhos. Guitarras em fúria encorpam temas como "Bridge Burning" e "white Limo". Até as baladas, caso de "Dear Rosemary", têm pegada.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 11 de abril de 2011;




Anunciado pelo guitarrista e vocalista Dave Grohl, 42 anos, como “o disco mais pesado já feito pelo Foo Fighters”, o sétimo trabalho do grupo faz valer o alarde na chuta-portas “Bridge Burning” e na metaleira “White Limo”, com um Grohl de voz irreconhecível de tão distorcida e clipe com participação de Lemmy Kilmister, do Motörhead. Mas o Foo Fighters não pretende esmurrar ouvidos o tempo todo. Os gritos e sussurros de “Arlandria”, “These Days” e “Rope” comprovam que o pop ainda tem vez, mesmo sem sequer um violão para contar história. Produzido por Butch Vig (de Nevermind, do Nirvana), o disco tem o baixista Krist Novoselic e o guitarrista Pat Smear – ex-parceiros de Grohl na banda liderada por Kurt Cobain (1967-1994). A reaproximação com o passado ensaiada na gravação com Vig das duas inéditas do Greatest Hits do Foo Fighters lançado em 2009 se confirma nos novos clipes em VHS e nas gravações só com equipamento analógico na garagem da casa de Grohl, em L.A. Segundo ele, ter dois filhos o fez perder o medo de manter o olhar voltado para 1990 e poucos durante as sessões. Há crises de meia-idade que vêm para o bem...
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011


Não por acaso o Foo Fighters é uma das maiores bandas de rock da atualidade. O novo disco mistura baladas e rocks pesados, com uma batida que tem o melhor padrão Foo Fighters de qualidade. O destaque vai para “Bridge Burning”, que faz você cantar logo na primeira vez que ouve.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;




Não haveria Foo Fighters sem a morte de Kurt Cobain, e ninguém deve pensar mais sobre isso do que Dave Grohl. Após 17 anos, a questão funesta ainda lhe pesa as ideias, e a cada novo álbum fica mais evidente que sua maior motivação é superar fantasmas relacionados ao ex-parceiro. É verdade que muitas das letras deWasting Light versam sobre o tema (“as memórias continuam a me assombrar”, ele canta em “Arlandria”), porém a leitura atenta das entrelinhas oferece visão menos enegrecida: a real é que Grohl há muito não parecia tão disposto a tocar rock. É fácil dizer que este é o melhor disco do FF desde The Colour and the Shape (1997), mas só porque todos os álbuns posteriores primaram pela irregularidade. Produzido por Butch Vig (de Nevermind, aquele), Wasting Light é equilibrado na histeria e na calmaria. Não há faixa de destaque, o que colabora para o senso de unidade: ao mesmo tempo que faltam hits, não há momentos ruins que forcem a passagem para a música seguinte. “Dear Rosemary” traz o apoio de Bob Mould (Hüsker Dü, Sugar) e soa tão boa que dá a entender que a parceria deveria continuar. “White Limo”, “Rope” e “Bridge Burning”, esculpidas com urros intensos, ganchos cavalares e riffs de três guitarras, remetem ao pique de Foo Fighters (1995). Até os (raros) trechos suaves reservam espaço para a incontida energia do vocalista, que aos 42 anos, grita como se tivesse 21. No desfecho épico de “Walk”, ele canta sobre “aprender a andar de novo”. Bobagem: Grohl já aprendeu tudo o que precisava.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

SANDRA GREGO - Solar

Mineira radicada no Rio desde 1995, a cantora aposta em inéditas para cativar o público em seu disco de estreia. A exceção é a faixa de Milton Nascimento, qua dá nome ao álbum. Dona de uma voz marcante, ela dá conta do recado em boas composições, como "Sem pressa" e "Fome de Viver - O Blues".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 11 de abril de 2011

THE STROKES - Angles

Depois de cinco anos sem um álbum de inéditas e com projetos solo dos integrantes da banda, o Strokes volta com um CD que tem tudo para agradar aos fãs. Não que as músicas tragam grandes novidades, já que o repertório lembra os discos anteriores, mas isso não significa que ele seja ruim. Pelo contrário.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 11 de abril de 2011;




Na música, o senso comum é um mal que cria centenas de clones reproduzindo fórmulas. Anglesempolga justamente porque não persegue aquele Strokes “clássico”, que todos se viram amando em 2001. E surpresas são bem-vindas, até essenciais, no pop. O quarto trabalho da banda representa um passo para a frente, ainda sem direção definida. A batida de reggae em “Machu Picchu” mostra um Strokes desa celerado, agora sem o peso da responsabilidade de salvar o rock. Quem busca mais do mesmo pode vestir a carapuça oferecida pelo verso inicial (“Estou colocando sua paciência em teste”). As experiências dos integrantes durante os cinco anos em que ficaram sem gravar ressoam aqui, ainda que as obsessões oitentistas do vocalista Julian Casablancas even tualmente acabem falando mais alto. Os delicados efeitos eletrônicos de “Two Kinds of Happiness” e “Games” quase nos fazem esquecer que o Strokes é uma banda de rock originalmente. Não que a sonoridade de garagem, que perseguia Velvet Underground e Talking Heads, tenha sido abandonada. “Under Cover of Darkness”, a música de trabalho, parece sobra dos discos anteriores. Para quem começou a carreira com um disco já perfeito Angles é um recomeço promissor.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011




"Under Cover Of Darkness" - o primeiro single - até que prometia mas as outras nove faixas do álbum apontam mesmo para outra direção. A volta à sonoridade do disco de estreia Is This It ficou apenas na promessa - o que não seria um problema caso o resultado fosse igualmente impactante. E o intervalo de cinco anos entre First Impression Of Earth e Angles só fez aumentar a expectativa. Os boatos sobre o processo conturbado de gravação do disco podem explicar, em parte, a falta de unidade: "You're So Right" cheira a Joy Division, "Games" chega perto do synthpop. "Gratisfaction" é simpática e poderia ser um próximo single. A banda aponta para vários caminhos (ângulos?) sem acertar no alvo na maioria das vezes.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011

RIO - Trilha Sonora do Filme

Previsível e repleto de esteriótipos: assim é o CD da trilha sonora do filme "Rio". As músicas podem até funcionar na tela, mas pegar o disco para escutar em casa é um ato de tortura. "Take You To Rio", com Ivete Sangalo, constrange qualquer um com os versos "Eu vou te levar pro Rio, Rio/ Na melodia do assobio, bio"
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 11 de abril de 2011;




Entre samba ("Favo de Mel") e funk ("Funk Money"), a trilha da animação "Rio" filtra o suíngue carioca pelo olhar estrangeiro. Não por acaso, Sérgio Mendes foi atuante na criação da trilha de alma gringa.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 11 de abril de 2011;

SLASH - Slash

Um dos maiores ícones do rock'n roll mundial, o guitarrista Slash parece mesmo ter gostado da ideia de voltar a ser um novato. Ainda à procura de um vocalista para sua banda, Velvet Revolver, o cabeludo aproveita o hiato do grupo para desfrutar mais um pouco dos prazeres de recomeçar do zero.
Depois de lançar, em 2010, um disco recheado de parcerias interessantes, "Slash", cuja turnê acaba de passar pelo Rio, o guitarrista tirou da cartola um CD/DVD repleto de extras de seu álbum de estreia.
Com o "criativo" título "Slash", o trabalho reúne, no DVD, making of das gravações, apresentações ao vivo, depoimentos de ídolos do rock - como Ronnie Wood, do Rooling Stones, e Nicko McBrain, do Iron Maiden -, e alguns videoclipes. Um prato cheio para os fãs mais detalhistas.
Já no CD, o destaque fica por conta de faixas que ainda não tinham sido aproveitadas. Na surpreendente "Baby can't drive", o veterano Alice Cooper aparece dividindo os vocais com Nicole Scherzinger, do Pussycat Dolls. E o que dizer da última música, na qual, acompanhado de Myles Kennedy, do Alter Bridge, Slash manda ao vivo a inesquecível "Nightrain", do Guns n' Roses?
O gênio continua o mesmo!
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 11 de abril de 2011;

segunda-feira, 4 de abril de 2011

NX ZERO - Projeto Paralelo

Para quem é fã de DVD em que artistas explicam o conceito de discos e músicas, "Projeto Paralelo" esmiúça a criação do CD em que o NX Zero recria seu repertório ao lado de "rappers" brasileiros e estrangeiros. Há depoimentos de todos entre 11 clipes.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011

GREEN DAY - Awesome As F**k

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O "kit" de CD e DVD enfileira "takes" do show do disco "The 21th Century Breakdow", editado pelo trio Green Day em 2009. Se o DVD exibe um único show, captado no Japão, o CD toca bom apanhado de números recolhidos na turnê.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011




Certamente se o mundo do rock ficasse verde, seria melhor. As 17 músicas de "Awesome As F**k" fazem lembrar o passado com as melhores canções da banda americana, com grandes performances ao vivo lideradas por Billie Joes Armstrong. Destaque para as já eternas "She" e "When I Come Around"
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 18 de abril de 2011;




Parece óbvio que o lançamento de Awesome as F**kserve para dar tempo ao Green Day de compor outro álbum conceitual cheio de profundidade e lirismo. Não que os fãs estejam chorando por um disco ao vivo do trio (que nos palcos se torna um sexteto): a compra do produto, aliás, só é justificada pela presença de um DVD-brinde no pacote. Vale dizer, são produtos de natureza distinta. O CD é uma coletânea de faixas pinçadas de shows entre 2009 e 2010, da turnê de21st Century Breakdown. Nenhuma novidade no repertório, fora a ausência de algumas das favoritas dos fãs (“Basket Case” e “Jesus of Suburbia”) e a presença de só uma faixa inédita (“Cigarettes and Valentines”, apenas mediana). Já o DVD traz a íntegra de um show em Tóquio que sintetiza a pirotecnia esdrúxula que se tornou o Green Day atual – três guitarras simultâneas, teclado, sax, telão, fogos, explosões. Para puristas, é de dar desgosto. Mas, se a banda nunca teve tantos seguidores em 20 anos em atividade, é de se concluir que algo certo eles estão fazendo.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

PANIC! AT THE DISC - Vices & Virtues

Já reduzido a um duo por divergências, o Panic! retoma a sonoridade pop do primeiro álbum. Cordas e guitarras embalam em tom esfuziante temas como "The Ballad Of Mona Lisa" e "Let's Kill Tonight".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011


O Panic! At The Disco é metade da banda que você conhecia. O guitarrista Ryan Ross e o baixista Jon Walker, entusiastas do som, Pretty. Odd., de 2008, foram embora para formar o Young Veins e metgulhar de vez no som retrô. No Panic! At the Disco ficaram o bateirista Spencer Smith e o vocalista Brendon Urie. O duo conseguiu se virar bem em Vices & Virtues. A volta do ponto de exclamação no nome da banda é um sinal do retorno do som de estreia A Fever You Can't Sweeat Out, de 2005. As guitarras emo do primeiro single, "The Ballad Of Mona Lisa", seguem durante quase todo o disco. Mas a viagem de Pretty. Odd. rende dois bons flashbacks: as baladas "Always" e "Sarah Smiles"
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011

LEANDRO SAPUCAHY - Malandro Também Ama

O clima de pacificação que tomou conta do Rio com a instalação das UPPs contagiou até o samba de Leandro Sapucahy. Quem estava acostumado às letras engajadas e políticas que marcaram os trabalhos anteriores do cantor conhecerá uma nova faceta dele no disco "Malandro Também Ama".
No quarto CD de sua carreira, Sapucahy deixa de lado os elementos de hip hop para investir num clima descontraído e mergulhar de vez no estilo romântico, que ele já apresentava timidamente durante os seus shows. Sem abandonar o tema da favela ele apresenta 14 músicas que falam essencialmente sobre amor.
Algumas letras chegam a lembrar sua veia engajada: "Lados Paralelos" tem versos como "De amor, meu coração foi baleado". Mas a mudança de estilo fica clara com a escolha de seis composições sentimentais de Serginho Meriti - como "Depois Daquele Adeus", "A Que Deixou Mais Saudade" e "É Coração". E se comprova na canção "Tá Mal Na Moldura", que tem a participação do grupo Revelação, uma estrela do samba meloso. Apesar das diferenças ideológicas, a nova experiência não perde em qualidade para os trabalhos anteriores de Sapucahy.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 04 de abril de 2011




Até parece que uma UPP ocupou o coração de Leandro Sapucahy e pacificou sua discografia! No seu quarto CD, "Malandro Também Ama", o cantor troca radicalmente a crítica social - monte de seus dois primeiros discos, "Cotidiano" (2006) e o ao vivo "Favela Brasil" (2008) - pelo samba romântico. De certa forma, trata-se de volta às origens, já que Sapucahy despontou no mercado fonográfico como produtor de grupos de pagode romântico.
Dedicado a Zeca Pagodinho e produzido pelo próprio Sapucahy, "Malandro Também Ama" apresenta repertório essencialmente inédito. O maior destaque da safra romântica, no entanto, é "A Que Mais Deixa Saudade", samba bonito de Serginho Meriti, já gravado por Alcione em seu álbum "Faz Uma Loucura Por Mim" (2004).
Aliás, é da lavra de Meriti, em parceria com Mariozinho Lago, outro samba que se destaca no CD, "Não Quero Mais Saber De Nada". O problema de "malandro Também Ama" é que, à medida que avança, o disco fica repetitivo ao bater exaustivamente na tecla amoroso. "Militante do Amor", por exemplo, soa trivial. Em contrapartida, "Favela Fashion Week", análise bem humorada dos figurinos e formas das mulheres das comunidades, dá tom descontraído a este CD em que Sapucahy chora amores perdidos, não balas.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011

BOB MARLEY - Live Forever

Gravado em 23 de setembro de 1980, oito meses antes da morte de Bob Marley, o álbum duplo traz um dos últimos shows do rei do reggae. Com uma ótima qualidade de som, o disco é obrigatório para os fãs do gênero. No repertório há sucessos como "No Woman No Cry" e "Is This Love".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 04 de abril de 2011




O CD duplo apresenta a inédita gravação do último show de Bob Marley (1945-1981). O rei do reggae canta seus sucessos em 1980 com os Wailers, propagando pela obra os seus ideais de paz, amor e justiça.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011

DIEGO TORRES - Distinto

Conhecido no Brasil principalmente por ter participado do DVD de Ivete Sangalo gravado em Nova York, o argentino Diego Torres faz o típico cantor latino, com baladas românticas. Em seu oitavo álbum, faixas como "Come On" e o single "Gapa" não decepcionam. Mas não espere nada de muito inovador.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 04 de abril de 2011

MAÍRA FREITAS - Maíra Freitas

Filha de Martinho da Vila, a cantora faz sua estreia com um ótimo repertório e lindos arranjos, mas um pequeno detalhe atrapalha tudo: Maíra não tem voz para seguir os passos das irmãs. Segundo ela diz nos agradecimentos, a culpa é do pai, que a incentivou a tentar a carreira. Tá perdoada.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 04 de abril de 2011




Este primeiro disco da filha pianista de Martinho da Vila surpreende positivamente. A instrumentista exibe seus dotes em temas como "O Voo Da Mosca" (Jacob do Bandolim). Mas é a cantora que se revela mais inusitada na forma com que divida sambas como "O Show Tem Que Continuar", hit do Fundo De Quintal. É samba em tom camerístico. Bom!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011




Com seu piano de formação clássica, Maíra Freitas conduz um belo disco de música popular. A abertura, com "O Voo Da Mosca", de Jacob do Bandolim, mostra uma boa instrumentista. O arranjo jazzístico da própria Maíra para o clássico samba "O Show Tem Que Continuar", de Arlindo Cruz, faz a canção crescer. Como compositora, se não chega a chamar a atenção em "Alô", com "Corsetet" acerta. É com delicadeza que interpreta "Recado" de Gonzaguinha. A participação de Joyce em "Monsieur Binot" (da própria Joyce) pode dar pista de uma influência. "Disritimia" aparece numa versão de piano e voz com o autor Martinho da Vila. A propósito, o pai da moça. Com a mesma beleza, "Só O Tempo", de Paulinho da Viola, brilha no arranjo de Cristovão Bastos.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011




Devagar, devagarinho, Martinho da Vila continua fazendo samba, amor e filhos. Maíra Freitas é a mais nova integrante de sua prole a debutar em disco, seguindo os passos de Mart’nália, a irmã mais velha que assume a função de produtora da promissora estreia da mana pianista. Por sua formação erudita, Maíra repisa a ponte que liga a música clássica à popular neste CD que concilia classe e descontração. Maíra conduz o samba do quintal ao salão em disco em que conta com o pai coruja em “Disritmia”. A pianista de mão-cheia, hábil ao revitalizar choro de Jacob do Bandolim em “O Voo da Mosca”, se revela cantora de divisões inusitadas e compositora ainda em busca de identidade. Maíra dá tratamento de câmera ao samba- canção “Se Queres Saber” com a mesma desenvoltura com que esboça um blues em “O Show Tem que Continuar”, samba do Fundo de Quintal. Mas a artista não se limita a reabrir a cortina do passado. Sua produção autoral tem toque contemporâneo e feminino, notadamente o samba “Corselet”. Maíra é saboroso fruto na frondosa árvore genealógica de Martinho.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011;