quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MARISA MONTE - O Que Você Quer Saber De Verdade

Se você ainda não escutou nem se interessou por "O Que Você Quer Saber de Verdade", as chances são boas de que isso permaneça assim. O álbum, lançado em 31 de outubro, tem tudo para arrebentar no Natal e continuar fazendo sucesso ao longo de 2012. Só que mais uma vez a cantora de 44 anos está pregando para convertidos, não para conquistar novos fiéis. Isso é ruim, mas também não é. Marisa Monte segue como um porto seguro para quem gosta de Marisa Monte. Aposta no garantido, não inventa. E nunca é menos do que competente.
Mas o álbum não traz mesmo nenhuma novidade? Traz várias e não traz nenhuma. Apesar de gravar gente que ela nunca tinha gravado, de tocar com músicos com quem nunca havia tocado, Marisa repete a fórmula que é usada desde os primórdios de sua carreira. A regra principal é estar sempre cercada por um timaço, mesclando jogadores daqui e de fora. Só mudam os nomes. É verdade que alguns já são titulares há bastante tempo, casos dos parceiros de composição Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown e de Dadi, que divide a produção do trabalho com a cantora. Um ouvinte mais atento consegue até perceber quando a mão de um desses pesa. A baladona brega “Aquela Velha Canção”, que remete às incursões sertanejas de Roberto Carlos (principalmente “Caminhoneiro”), segue linear e coerente até a chegada do verso “Alô a lua, alô amor, alô a lua, alô a lua, amor”. Foi, certamente, uma contribuição de Brown. 
Um colaborador fresquinho no bonde de Marisa é Miguel Atwood-Ferguson, que trabalhou com J Dilla, rapper e produtor morto em 2006, e fez os arranjos de cordas de Cosmogramma, disco do americano Flying Lotus. Quando Atwood-Ferguson entra em cena no disco de Marisa, o resultado é arrebatador. Ele confere dramaticidade a “Descalço no Parque”, que o então Jorge Ben lançou em seu segundo álbum, ressalta a melancolia de “Depois” e salva do marasmo “Verdade, uma Ilusão”, que já tinha sido gravada por Brown com auxílio dos Paralamas do Sucesso no ano passado. 
Em “Era Óbvio”, o grande momento do álbum, quem brilha é o chapa dos Beastie Boys, Money Mark. Variando entre o piano elétrico Fender Rhodes e o órgão Hammond, ele fornece a cama para um soul contido, com vocal choroso à Tim Maia. Outro gringo de responsa é Jesse Harris, sempre lembrado pelo vínculo musical com Norah Jones. Ele coloca seu violão em “Amar Alguém”, que pode ser lida como uma elegante ode à bigamia. 
Escrita por Arnaldo e três músicos de sua banda (Marcelo Jeneci, Chico Salem e Betão Aguiar), “Hoje Eu Não Saio Não” entrelaça o ronroco e a guitarra cítara de Gustavo Santaolalla, argentino que talhou Café Tacuba e Julieta Venegas para o estrelato, entre outros feitos, com o acordeão de Waldonys, pupilo de Luiz Gonzaga. A música tem um clima forrozeiro, assim como o dueto com Rodrigo Amarante, intitulado “O Que Se Quer”. O ruivo do Los Hermanos assume uma discreta segunda voz, mas também toca violão, viola, teclados, baixo, percussão e bateria eletrônica na faixa. 
Entre as não inéditas, vale destacar a faixa-título, gravada por Arnaldo Antunes em 2006, e “Nada Tudo”, composta por André Carvalho, filho de Dadi. Lançada por Dalva de Oliveira na década de 50, “Lencinho Querido” é a tradução de um célebre tango, que pontua a passagem mais morosa do CD. Ela é sucedida por “Ainda Bem”, o primeiro single, que avulso soava banal, mas que no meio do álbum traz um sopro de esperança, muito em razão de seu trompete mariachi. Agora é esperar mais cinco anos até o próximo bom disco de Marisa. Sem surpresas.

FONTE: Revista Rolling Stone, novembro/2011;








Marisa Monte é daquele pequeno e seleto grupo de artistas que não lança um disco por lançar. O lado ruim disso é que, por vezes, ela fica muito tempo sem um novo álbum (os últimos foram "Universo Ao Meu Redor" e "Infinito Particular", ambos de 2006). Em compensação, quando a novidade chega, ela costuma valer a pena. É o que acontece com "O Que Você Quer Saber De Verdade". Com 14 faixas, o disco mostra que umas "férias" fazem bem a todo artista.
Com a presença dos amigos tribalistas Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown assinando dez faixas, juntos ou com outros parceiros, o CD traz um sopro do trabalho de 2002. Logo para abrir o disco está a ótima música que dá nome ao álbum, a primeira das quatro que é assinada exclusivamente pelo trio. Depois vem uma boa regravação de "Descalço No Parque", que faz parte do LP "Bem É Samba Bom", de Jorge Ben Jor, de 1964.
Daí pra frente, Marisa Monte vai desfilando seu charme para cantar. Charme que pode ser notado em faixas como "Verdade, Uma Ilusão", "Nada Tudo", "Ainda Bem" (o primeiro single), "Aquela Velha Canção", "Amar Alguém" e "O Que Se Quer", que conta com a participação de Rodrigo Amarante, do Los Hermanos.
É natural que se sinta a falta de algo que surpreenda no disco. Afinal, quando se trata de uma das maiores cantoras do Brasil, a expectativa é de que o extraordinário se materialize em forma de música a cada nova faixa. Isso não acontece, mas, com certeza, "O Que Você Quer Saber De Verdade" tem tudo para emplacar sucessos em trilhas de novelas e nas rádios. É esperar e ver se o disco se tornará uma verdade.


FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 14 de novembro de 2011;

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RED HOT CHILI PEPPERS - I'm With You

Red Hot Chili Peppers está de volta, em alto e bom som, e com um tempero brasileiro entre as pimentas vermelhas da banda. Em "I'm With You", novo álbum de estúdio dos californianos após cinco anos sem lançar inéditas, figura entre os músicos o percursionista Mauro Refosco.
E ele não sugeriu apenas para a gravação, não: junto com Anthony Kieds e banda, o catarinense vem ao Brasil para shows em São Paulo e para o Rock in Rio. "O grande percursionista brasileiro @mrefosco toca como um maluco em todo o novo disco do Red Hot Chili Peppers, "I'm With You". Yeeeeeah Mauro", derreteu-se (com razão!) Flea, integrante da banda e considerado um dos maiores baixistas da atualidade, no Twitter.
Mas essa não é a unica grata surpresa em "I'm With You". O CD é o primeiro registro do novo guitarrista, Josh Klingoffer - que entrou depois que John Frusciante deixou a banda, em 2009. E o novato faz bonito: em "Factory Of Faith" e "Ethiopa" ele mostra que já está bem entrosado com o resto da turma, trocando o velh e bom som que o Red Hot sempre soube fazer muito bem.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 19 de setembro de 2011;

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

RAUL SEIXAS - Uah-bap-lu-bap-lah-béin-bum!

Como uma bela remasterização, o álbum - lançado originalmente em 1987 - brinda os fãs de Raul Seixas com clássicos do rock nacional, como "Cowboy Fora da Lei", "Ím (gita)" e "Canceriano sem lar". O disco pode ser comprado em conjunto com "A Pedra Do Gênesis", numa coletânea lançada recentemente pela EMI.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 05 de setembro de 2011;

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ELLA FITZGERALD - Best Of The BBC Vaults

Com um CD e um DVD, o álbum traz momentos raros de uma das maiores cantoras de jazz de todos os tempos. São gravações de 1965 a 1977 tiradas do arquivo da inglesa BBC e que vêm à tona com toda qualidade de Ella Fitzgerald. Entre os destaques estão as faixas "Doddy Gody" e "Manhattan"
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 29 de agosto de 2011;

ASSALTO AO BANCO CENTRAL - Trilha Sonora do Filme

Com um repertório que vai do pop de Jota Quest ao heavy metal de AC/DC, a trilha tem uma pegada roqueira. Destaque para as faixas compostas especialmente para o longa, como" The Boss", com participação de Chris Pittman, do Guns N' Roses, e "Sei, Não Diferente", parceria entre Gabriel O Pensador e André Moraes.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 29 de agosto de 2011;

FIUK - Sou Eu

Fiuk largou o rock da banda Hori e se aventura no primeiro disco solo, com a premissa de mostrar que ele gosta mesmo é de romantismo. Repleto de baladas gostosinhas, os destaques vão para "Sou Eu", com letra dos pagodeiros Thiaguinho e Rodriguinho, e "Quero Toda Noite" com participação de Jorge Ben Jor.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de agosto de 2011;

NX ZERO - Multishow Ao Vivo 10 Anos

Os rapazes do NX Zero cresceram e apareceram. Ô se apareceram! No DVD, chega a assustar o fanatismo da galera, que agarra Di no palco sem dó nem piedade. Mas o som dos caras está melhor do que nunca, e com boas (algumas inesperadas) participações, como Emicida e Negra Li.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 29 de agosto de 2011;

ZÉLIA DUNCAN - Pelo Sabor Do Gesto | Em Cena

Sem grandes efeitos visuais, mas com muito bom gosto e música da melhor qualidade. Assim é o novo DVD de Zélia Duncan, "Pelo Sabor do Gesto | Em cena". Tendo o CD homônimo como base, o disco, gravado no Teatro Municipal de Niterói, sob direção da atriz Ana Beatriz Nogueira, marca os 30 anos de carreira da cantora e mostra uma artista em constante evolução.
Um dos pontos altos do álbum é a interpretação de "Todos Os Verbos", em que Zélia apresenta em liguagem de sinais a letra da música, mostrando que também é possível "ouvir" uma canção através dos olhos.
Além das faixas do CD homônimo ao DVD, o disco ainda traz o sucesso "Por Isso Corro Demais", de Roberto e Erasmo Carlos. Do repertório de hits da niteroiense vêm "Flores" e "Catedral".
Para os fãs não reclamarem da falta de novidades, Zélia mostra um leque de novas e boas músicas. Em "O Tom do Amor" ela conta com a participação de Christiaan Oyens (tocando weissenborn, um tipo de violão havaiano) e Moska. Outra inédita é "Borboleta", com Marcelo Jeneci.
Nos extras, a cantora fala um pouco de suas três décadas de carreira e de sua relação com a música. Mais chique impossível!
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 29 de agosto de 2011;

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JAY VAQUER - Umbigobunker?!

Jay Vaquer não começou sua carreira ontem, "Umbigobunker?!" é o quinto disco de estúdio do cantor e compositor, que já acumula 11 anos de trajetória fonográfica. "Antes disso eu fiz o circuito de casas noturnas de São Paulo tocando covers com minha banda, que se chamava Synchro", conta "Foi um período muito importante, uma escola" O novo álbum foi produzido por Antonio "Moggie" Canazio (experiente engenheiro d som radicado nos EUA, responsável por clássicos de Maria Bethânia, entre tantos), em Los Angeles, e a ficha técnica conta com nomes de peso como o baterista Vinnie Colaiuta (Jeff Beck) e o tecladista Jamie Muhoberac (Fletwood Mac). Maria Gadú participa de "Do Nada Me Jogaram Aos Leões", uma das 12 faixas do CD, que se mantém fiel ao rock com acento pop dos trabalhos anteriores do carioca. Avaliando sua trajetória discográfica, ele diz: "Eu percebo os discos como fotografia de uma época. Eu nunca fui atrás de tendências e modismos. Busquei ser sincero." Jay conta que sua mãe, Jane Duboc, acabou de gravar um disco com músicas dele. "Um privilégio ter minha mãe, uma grande cantora, cantando as minhas canções"
FONTE: Revista Billboard ed.22 Agosto/2011;

ALINE MUNIZ - Onde Tudo Faz Sentido

Como é de praxe, novas cantoras brotam a cada dia. A oferta é enorme e muitas nem serão ouvidas, para a infelicidade delas. Por outro lado, algumas têm pedigree e mesmo escorregando em alguns clichês conseguem sobressair. Aline Muniz, por exemplo, tem uma mãe ilustre, Angelina Muniz, conhecida atriz. Aline não é exatamente novata – o seu primeiro trabalho saiu há três anos. De voz pequena, sabiamente não envereda por sambas ou aventuras rítmicas. O melhor do disco são as baladas orquestradas, com muitos violoncelos e pianos semiclássicos misturados a violões, como pode ser ouvido em “Penso em Você”. Mas tem espaço para a MPB pop e até country em “Pesadelo”.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.59 Agosto/2011;

WANESSA - DNA

Extremamente profissional e uma espécie de operária do meio artístico, Wanessa tem o mérito de ter se reinventado. Hoje, ninguém mais a associa a seu passado de baladas derramadas. Com DNA, seu sétimo álbum de estúdio, ela segue em sua persona de diva dançante entrando de cabeça no pop eletrônico sacolejante, com letras em inglês e produção (a cargo do brasileiro Mister Jam) que não fica nada a dever às divas gringas como Britney Spears e Ke$ha. Em “Sticky Dough”, “Falling for U”, “Worth It”, “Murder” e na romântica “It’s Over”, a produção caprichada salta à vista e os habitués das pistas de dança vão agradecer.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.59 Agosto/2011;




Para quem adora se soltar na pista de dança, inventando passinhos e tudo mais, sendo a música rápida ou lenta, esse cd é um prato cheio. Tem canções dançantes de todos os ritmos, de Depeche Mode e Information Society a Lady gaga. Destaque para "High", que parece ter vindo das boates dos anos 80.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 05 de setembro de 2011;

JOSS STONE - LP1

Joss Stone está em busca da liberdade artística e criativa desde 2007, quando lançou seu terceiro disco, Introducing Joss Stone. Ela saiu da EMI e ficou livre de certas amarras artísticas, lançando agora o
novo trabalho por seu próprio selo (apropriadamente chamado Stone’d Records, com distribuição da Sony). Mas, em termos sonoros, pouco mudou. Isso significa dizer que a bela inglesinha continua a fazer suas canções que tangenciam a soul music mais genérica. Para este novo álbum, Joss recrutou o ex-Eurythmics Dave Stewart, uma velha e felpuda raposa de estúdio, mas talvez necessária neste momento da carreira de Joss. Dave sacou logo de cara que o elemento natural do disco é o pop com base no R&B mais tradicional, mas que também pode comportar blues, country, folk e mesmo soul. Dessa forma, Stewart conduz Joss para terrenos em que seu approach soa mais verdadeiro e sincero, com bons resultados no geral. A climática abertura com “Newborn” traz algo que poderia ser de Sheryl Crow; a bela “Drive All Night” é um bom exemplo de como a voz de Joss pode soar sem os tradicionais malabarismos vocais que tanto atrapalham as cantoras que querem provar que “cantam bem”. A predominância de baladas entre as dez canções do álbum, como “Boat Yard”, “Landlord” e “Last One to Know”, mostram que Joss está mais madura e meditativa, mas isso não significa que LP1 seja um disco chato ou ruim.

FONTE: Revista Rolling Stone ed.59 Agosto/2011;

BOB DYLAN - In Concert, Brandies University 1963

Musicalmente, não há o que contestar, o CD deixa a desejar, mas, como registro, é imperdível. O disco traz uma apresentação de Bob Dylan, desconhecida, de 1963. Até a voz do apresentador do show aparece anunciando o cantor. O violão e a gaita já estão lá acompanhando o artista.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 15 de agosto de 2011;

SIMPLY RED - Farewell, Live In Concert At Sydney Opera House

Gravado em outubro do ano passado, na Austrália, o show da turnê da despedida da banda pop inglesa virou CD e DVD. Hits como "If You Don't Know Me By Now", "Come To My Aid", "For You Babies" e "Stars" estão no repertório, para alegria dos fãs de Mick Hucknall e cia.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 15 de agosto de 2011;

GLEE - The Music, Volume 6

Quem gosta das músicas mais lentinhas vai curtir o último lançamento do seriado : de 18 faixas, só cinco são animadinhas. Até "Rolling In The Deep", de Adele, ficou mais devagar no CD. A agitação fica por conta da versão para "Born This Way", de Lady Gaga, e "Don't Stop", de Fleetwood Mac. Ótimas por sinal!
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 15 de agosto de 2011;

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

SEU JORGE - Músicas Para Churrasco

Apesar de falar que, tirando o cavaquinho, esse álbum é diferente de tudo o que já fez, Seu Jorge faz de novo suas velhas e boas batidas suingadas. "A Doida", por exemplo, que toca nas rádios, lembra bem as burguesinhas e as minas do condomínio que ele já cantou. Mas quem disse que isso incomoda?
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 08 de agosto de 2011;




Nesta nova empreitada fonográfica, Seu Jorge traz à tona personagens da vida no subúrbio, inspirados, segundo o próprio, na teledramaturgia brasileira.Músicas para Churrasco Vol. 1 promete ser o primeiro de uma trilogia a ser elaborada pelo artista. Explicando: o disco seria uma animada trilha sonora para os característicos eventos brasileiros com carne, cerveja, amigos, papo-furado e música, abordando tipos conhecidos que pupululam nessas ocasiões festivas. Esses personagens batizam as canções: “A Doida”, “A Vizinha”, “Amiga da Minha Mulher” e “Meu Parceiro”. A sonoridade segue a linha típica de Seu Jorge: ele opta pelo infalível balanço do samba-rock, com base de metais e uma levada funk. A única faixa que destoa das outras é a mais lenta e introspectiva “Quem Não Quer Sou Eu”, que encerra o CD. A churrascada sonora não vai converter ninguém, mas vai agradar aos fãs. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.59 Agosto/2011;

JOÃO BOSCO & VINÍCIUS - João Bosco & Vinícius

No sétimo álbum de João Bosco & Vinícius, a dispensa do título não deve ser à toa. A dupla, agora consagrada no universo sertanejo e fora dele, depois do fenômeno "Chora, me liga", apresenta ótimas músicas, muitas candidatas a hit. "Constelações" e "Abelha", que conta com Jorge & Mateus, são bons exemplos.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 08 de agosto de 2011;

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

MORDE & ASSOPRA - Trilha Sonora Nacional

Misto de canções novas e outras bem antigas, o CD "Morde & Assopra Nacional", com a trilha da novela das sete, começa romântico e saudosista em "Olha" (1975), de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, gravada por Ivete Sangalo. Ótima versão, aliás, que segura a primeira parte do disco, ao lado de bons nomes da música atual.
Mas é a segunda parte que dá o tom do CD, uma seleção de ritmos perdidos. Depois do ótimo time composto por Paula Fernandes, Nando Reis e Vanessa da Mata - respectivamente com "Não Precisa", "Muito Estranho" e "As Palavras" -, o fôlego muda na agitada "Ovo de Codorna", do Aviões do Forró, que traz o poético refrão "Eu quero um ovo de codorna pra comer, o meu problema ele tem que resolver"
"Mambo nº5", do grupo Tropical Brazilian Band (isso mesmo, mambo!), e a faixa de abertura da novela, de Ph Castanheira, também não caíram bem. Já Luan Santana ganhou um lugar especial. Não com sua música ao lado de Ivete Sangalo, "Química do Amor", mas com "Amar Não É Pecado", tema das cenas de Abner (Marcos Pasquim) e Júlia (Adriana Esteves).
A ousada novela que harmoniza a modernidade dos robôs com os longínquos dinossauros demorou a agradar, quem sabe não acontece o mesmo com a trilha da trama, que carrega o mesmo DNA.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 01 de agosto de 2011;

PLURAL - MPB

Com 14 faixas, o CD traz duetos de artistas das mais diferentes gerações da MPB. Nando Reis e Ana Cañas aparecem juntos na ótima "Pra Vpcê Guardei O Amor". Outros encontros que merecem destaques são os de Marisa Monte e Ed Motta ("Ainda Lembro) e o de Luiz Melodia e Cássia Eller ("Juventude Transviada").
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira 01 de agosto de 2011;

segunda-feira, 25 de julho de 2011

FORFUN - Alegria Compartilhada

Na mesma linha do segundo disco, que se distanciou do estilo punk rock original da banda, o novo álbum abre as portas para outras influências musicais.Aposta em um estilo mais brasileiro e investe em referências latinas que vão do reggae ao soul, com uma pitada de samba rock, mas sem perder o naipe dos metais.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de julho de 2011;






"Alegria Compartilhada", terceiro disco do grupo Forfun, é a afirmação da guinada musical iniciada em "Polienso", o segundo da carreira deles. O hardcore da estreia não dá as caras, pelo menos não explicitamente. "Realmente não aparece de forma tão clara", concorda Vitor Insensee, vocalista e tecladista do quarteto. "Mas de nenhuma maneira é uma coisa que a gente renega. Faz parte da história da banda, se apressa em esclarecer. Reggae, funk, rap e até um pouco de samba-rock são as atuais influências do novo som dos cariocas, que chamaram Daniel Ganjaman, membro do respeitado coletivo musical Instituto, para assinar a produção. "Convidá-lo foi uma ideia que partiu de nosso empresário (Marcos Sketch). O Ganjaman é um cara versátil que transita bem pelo lance do hip hop, do reggae e do rock'n'roll. Ele é muito talentoso.", elogia o tecladista.
Deixar pra trás o gênero que deu notoriedade à banda foi um risco. Vitor concorda: "Lógico que a gente se perguntou se mudar a sonoridade e buscar outros horizontes não poderia fazer a gente fazer perder o público. Mas eu acho que o público se reformou junto com a banda. Temos recebido um feedback positivo". A banda disponibilizou o novo álbum gratuitamente em seu site, assim como já havia feito antes. Além de todas as músicas, é possível baixar a capa e o encarte com as letras. A versão virtual de '"Alegria Compartilhada" já se aproxima de 250 mil downloads.
FONTE: Revista Billboard ed.22 agosto/2011;

ZIGGY MARLEY - Wild And Free

Filho de Bob Marley e seu sucessor musical entre os 13 herdeiros, Ziggy Marley comprova o que todos já sabem: que não tem o talento do pai. Mas quando consegue fazer um bom CD. A faixa-título, com participação de Woody Harrelson, é uma prova disso. Outra música que merece destaque é "Change".


FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de julho de 2011;

CHICO BUARQUE - Chico

Cinco anos após o lançamento de su último disco de inéditas, "Carioca", Chico Buarque volta às prateleiras com "Chico", isso mesmo, sem o sobrenome. Mas para os famintos por novidades, um aviso: o compositor foi extremamente econômico. O CD tem apenas dez faixas, totalizando pouco mais de 30 minutos. E duas das músicas já haviam aparecido em álbuns de outros artistas. O preço, porém, não seguiu a mesma linha. O valor sugerido pela gravadora é de R$ 29,90. Menos mal que, na hora de colocar seu talento à prova, Chico não economizou nada.
Já de início ouve-se a bela "Querido Diário", cujo verso "Amar uma mulher sem orifício" provocou muitos comentários na internet. Logo depois, a marchinha "Rubato" faz o nível cair. Mas aí a ótima "Essa Pequena" rouba a cena, narrando o romance de um homem mais velho com uma menina. Seria o dele, 67 anos, com Thaís Gulin, 31? A cantora paranaense aparece em "Se Eu Soubesse", a canção que já estava no disco da moça.
"Sou Eu" também não é novidade - já foi gravada por Diogo Nogueira. Outras belas faixas merecem atenção: "Sem Você 2", "Barrafunda" e "Sinhá", que fecha o CD com gostinho de quero mais.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de julho de 2011;







Lançado com uma campanha de divulgação até então inédita no mercado da música popular brasileira, esteChico, que aparece cinco anos depois de Carioca(2006), é de uma aparente simplicidade franciscana, para ficar no trocadilho fácil. Com arranjos do violonista Luiz Claudio Ramos, o novo álbum de Chico Buarque traz dez músicas e nelas três temas se embaralham: memória/solidão, conflito de idade e metamúsica. Inicia-se com “Querido Diário”, uma espécie de “Cotidiano”. Nesta, o poeta se relacionava com uma mulher (“todo dia ela faz tudo sempre igual”) e hoje, só, topa “amar uma mulher sem orifício”. Chico regravou com Thais Gulin “Se Eu Soubesse”, já registrada no disco dela, ôÔÔôôÔôÔ. Aqui, o eu lírico é feminino, ao lembrar “Ah, se eu pudesse não caía na tua... fugia nos braços de outro rapaz”. A novidade é a harpa de Cristina Braga nos acompanhamentos. Na jobiniana “Sem Você 2”, o poeta lamenta a ausência da musa e a solidão o faz ouvir nuvens (o poeta parnasiano ouvia estrelas). Mas também pode ser a ausência das músicas do mestre, “as suas músicas você levou”, que o entristece. “Sem Você” é originalmente um tema de Jobim. A musa de Moscou da valsa “Nina” proporciona o tema moderno do CD, apontando para o Google Maps e a solidão dos relacionamentos virtuais. “Nina diz que se quiser eu posso ver na tela... a chaminé da casa dela”. A confusão mental na lembrança das mulheres em “Barafunda”, e o clima de festa, com “saia amarela” e “bandeiras vermelhas”, remetem à ressaca alegre de “Pelas Tabelas”, de 1984. “E salve este samba antes que o esquecimento baixe o seu manto”, ele canta no tema mais alegre do CD, apesar do acento nostálgico. A diferença de idade nos relacionamentos aparece em “Essa Pequena”, um semiblues que descreve a relação de alguém de “cabelo cinza” com uma mulher nova de “cabelos cor de abóbora”. O homem quer ir “até a esquina”, “ela quer ir para a Flórida”. Com uma desilusão à vista, ele assume que mesmo assim “o blues já valeu a pena”. O uso irônico da linguagem mequetrefe do universo juvenil dá o tom em “Tipo um Baião” com “porém você diz que está tipo a fim” e “igual que nem”. E as referências à própria música, a metamúsica, vêm como um reforço já no título. É a única música do CD que tem uma guitarra nos acompanhamentos, e o último acorde, distorcido, é justamente o da guitarra, o que não deixa de causar estranhamento. A marcha “Rubato” é a mais tradicional de Chico, com acompanhamento que remete a uma banda de coreto, e também se refere à música, “venha, Aurora, ouvir agora, a nossa música”. Rubato (roubado) é um termo italiano do universo do canto em que o intérprete atrasa o tempo e compensa mais à frente. Chico divide com Wilson das Neves os vocais de “Sou Eu”, parceria com Ivan Lins, também não inédita (já foi gravada pelo sambista Diogo Nogueira). Nesta, o poeta está cheio de si, pois, apesar de a sua parceira flertar com todos no salão, é ele “quem manda no samba”, “quem brinca na área sou eu”, diz o alter ego malandro. O trabalho fecha com “Sinhá”, parceria com João Bosco, um relato de um escravo que quer se livrar da punição porque viu a Sinhá nua. O violão magistral de Bosco e as percussões dão o clima soturno/lírico deste afro-samba. Como situar este novo disco de Chico Buarque no atual panorama da MPB? Talvez a chave esteja mesmo nas palavras do alter ego malandro: “Quem nada no samba sou eu”. Quem manda faz o que quer, mas, mesmo assim, Chico ainda faz questão de atender ao seu público fiel.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.59 agosto/2011;

segunda-feira, 30 de maio de 2011

LADY GAGA - Born This Way



É inevitável a associação de Gaga com Madonna, e não somente pelo fato de a faixa-título de ‘Born This Way’ evocar ‘Express Yourself’. A rigor, Gaga continua na pista de Madonna. Seja na música ou na capacidade de criar polêmica — como a surgida por conta do uso de signos religiosos no vídeo de ‘Judas’, o fracassado segundo ‘single’ do álbum.
Madonna não inventou o pop, mas é difícil ouvir ‘Americano’ (faixa de toque flamenco e latinidade) e ‘Hair’ (de refrão pegajoso e ‘vibe’ gay) sem pensar na ‘material girl’.
‘Born This Way’ surpreende quando sai do mundo pop e investe no ‘tecno’ (‘Government Hooker’, faixa que fala sem moralismos de prostituição com forte batida eletrônica). ‘Electric Chapel’ também se diferencia por ter solos de guitarra típicos de um disco de rock pesado. Em contrapartida, ‘Heavy Metal Lover’ nada tem de metal. É faixa de alma e pegada eletrônica.
Pop, mas paradoxalmente também meio sombrio, como em ‘Bloody Mary’, o álbum indica que Lady Gaga é menos genial do que imagina. Se há excesso, é de pretensão. O CD não é ruim. Mas está longe de ser o fenômeno a que o mundo pop irá se render este ano.
‘Born This Way’, não justifica toda a expectativa forjada no universo pop pela própria artista. Excelente marqueteira, Gaga sabe criar e ser notícia. Mas o fato é que ‘Born This Way’ é álbum de pop ‘dance’ que oscila. Faixas como ‘Highway Unicorn (Road 2 Love)’ e ‘Marry the Night’ soam repetitivas.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 23 de maio de 2011;
 

terça-feira, 17 de maio de 2011

WHITESNAKE - Forevermore

David Coverdale é um homem de respeito: prestes a completar 60 anos, ainda canta de forma absurda; lança um álbum em plenos anos 2000 focado em um estilo vindo dos anos 80 e, mesmo assim, consegue soar relevante e não datado à frente do Whitesnake.Forevermore é um trabalho de hard rock musculoso, o que fica explícito em “Steal Your Heart Away”, “All Out of Luck” e “Love Will Set You Free”. Até mesmo as baladas escaparam quase intactas às camadas adocicadas dos teclados, que estao no limite entre o belo e o brega, como em “Fare Thee Well”. Mas é “My Evil Ways” quem dá o panorama geral. É uma canção sexy não somente para as groupies que hoje já estão na casa dos 40, mas também para uma geração do hard rock que nasceu após o último suspiro do estilo. A faixa tem vigor e malícia instrumental para sustentar a declaração de Coverdale: “Eu sempre fui um filho da mãe”. Classe é isso aí. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

NENHUM DE NÓS - Contos de Água e Fogo

Neste ano, o Nenhum de Nós celebra 25 anos de existência e em seu 11º álbum de estúdio continua a fazer o que sabe de melhor: baladas. Sejam elas influenciadas pelo britpop, como “Água e Fogo” e “Último Beijo”, sejam pelo folk globalizado de “Pequena”, composta por Thedy Corrêa e pelo vocalista da banda baiana Cascadura, Fábio Cascadura. No disco, Thedy arrisca outras parcerias. Entre elas, com o carioca Leoni em “Melhor e Diferente”, uma espécie de manual de sobrevivência nas redes sociais. O andamento homogêneo conduzido pelas baladas é quebrado no final. É quando a banda resolve se arriscar – e acertar – em faixas como “Tu Vício”, cantada em espanhol, a nostálgica “3 Mil Léguas”, e principalmente em “Um Pouquinho” – simples e genial, como as pérolas escondidas que nunca viram hit, mas que o Nenhum de Nós sempre tem a felicidade de espalhar pelo repertório.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

MASTODON - Live At The Aragon

Em tempos que bandas ditas “Históricas” aventuramse executando (e por vezes registrando) seus álbuns clássicos e/ou mais populares na íntegra, o Mastodon, com pouco mais de uma década de existência, se mostra uma banda de colhões: em seu primeiro ao vivo, focou todas as atenções no último álbum de estúdio. O quarteto norte-americano executa todas as faixas do essencial Crack the Skye, cujo DNA vem de pais tão distintos – e complementares – como Metallica, King Crimson e Kyuss, variando entre a lisergia sludge e a sujeira stoner. O set é incrementado por uma faixa de cada um dos quatro álbuns anteriores do conjunto, em que a agressividade reina cercada pela sonoridade orgânica dos instrumentos, com a distorção de guitarra derrubando paredes e Troy Sanders cantando como um porco à beira de ser estirpado. O fato de a última faixa do set ser uma versão para “The Bit”, do barulhento Melvins, diz muito sobre quem são esses caras – e que caminhos vão seguir quando crescerem ainda mais. 
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

PITTY - A Trupe Delirante No Circo Voador

Se você adora Pitty, já sabe que ela revive um dos rocks mais inspirados do repertório de Roberto Carlos, ‘Se Você Pensa’, de 1968, no CD e no DVD que gravou ao vivo no Circo Voador em dezembro. Nas lojas este mês, ‘A Trupe Delirante no Circo Voador’ é o primeiro trabalho de Pitty após o sucesso de ‘Me Adora’, o irresistível hit pop de seu álbum ‘Chiaroscuro’ (2009).
A regravação do rock de Roberto e Erasmo Carlos cumpre a função de manter Pitty no trilho pop aberto por ‘Me Adora’, que, aliás, encerra a gravação ao vivo em registro catártico que exemplifica a comunhão entre a artista e seu público. Mas quem adora Pitty sabe também que ela se destaca por ter atitude numa geração em que os roqueiros se deixam plastificar pela estética padronizante da MTV.
Nesse sentido, ‘A Trupe Delirante no Circo Voador’ não trai a ideologia de Pitty. Se há no roteiro balada despudoramente romântica (‘Só Agora’), há também — em contrapartida — tema de fúria punk (‘Medo’). Pitty também honra seu passado ao dividir os vocais de ‘O Senhor das Moscas’ com Fábio Cascadura, lendário roqueiro da cena ‘indie’ da Bahia.
Em repertório que curiosamente ignora o segundo disco de estúdio de Pitty, ‘Anacrônico’ (2005), há a inédita ‘Comum de Dois’ e alguns ‘lados B’ que amenizam a redundância do projeto, já que a artista tem apenas três álbuns de estúdio e já lança o segundo registro ao vivo de show. Coisas do mercado fonográfico! Mas a postura de Pitty é íntegra.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

MALHAÇÃO - Internacional 2011

Antenada com o gosto jovem, a nova trilha sonora internacional da novelinha teen fala a linguagem da galera. Prova disso é a seleção de ídolos adolescentes reunidos nas 13 faixas. Katy Perry, com “Teenage Dream”, Ke$há, de “Tik Tok”, e Lu Alone, em “Girls Can Rock”, são só algumas
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

JOTA QUEST - Quinze

No ano em que completa 15 anos de estrada, a banda mineira Jota Quest lança sua primeira compilação de sucessos. O álbum duplo “Quinze” é composto por 30 faixas, que incluem sucessos como “Encontrar alguém” e “Fácil”. Há também raridades como a versão latina do hit “Na Moral”, e três canções inéditas.
Para montar o repertório, o quinteto fez uma enquete em seu site oficial e recebeu uma demanda tão grande que precisou alterar o projeto para atender aos fãs.
“- A ideia inicial era fazer apenas um CD, mas entramos nessa luta de espremer ali tudo o que era importante, e a lista acabou virando um disco duplo” – diz Marco Túlio, guitarrista da banda: “- Também colocamos as músicas que tinham alguns significado para nós, como “Jogo”, primeira gravação de estúdio que fizemos.”
Para Túlio o lançamento da coletânea é um novo fôlego para continuar o trabalho:
“- Como qualquer debutante, o que está nos instigando é o que vem por aí. Mais do que viver um momento nostálgico, queremos olhar para o futuro."
A árdua tarefa de resumir dez álbuns em uma coletânea é cumprida com maestria pelo Jota Quest. Sem deixar os grandes sucessos de fora, a banda selecionou para o repertório gravações raras e músicas pouco conhecidas. O trabalho de remasterização dos singles originais faz com que a qualidade sonora do disco se mantenha do início ao fim.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

CAETANO VELOSO E MARIA GADÚ - Multishow Ao Vivo

Por mais que o bom repertório autoral de Gadú fique redundante nesta sua segunda consecutiva ravação ao vivo, é inegável a beleza do show que junta a cantora com Caetano veloso. Os duetos, claro, são o supra-sumo do registro.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;





Não é novidade: hoje, é tão difícil emplacar um disco que venda bem que, quando isso acontece, o repertório é explorado ao máximo em relançamentos e versões ao vivo. Maria Gadú lançou um belo álbum de estreia em 2009, emplacou faixa após faixa em produções da Rede Globo e se viu como um dos nomes mais populares na música brasileira em 2010, com o respaldo de mais de 100 mil cópias vendidas. Tudo isso com mérito extra, já que, em Maria Gadú, oito das 13 faixas são de autoria dela. Ainda que não se possa tirar a qualidade do trabalho, fica difícil receber tanto material ao vivo da jovem cantora. No final de 2010, veio o Multishow ao Vivo; agora, cerca de seis meses depois, surge mais um lançamento com a marca do canal pago, desta vez em parceria com Caetano Veloso (que também aparece no recém-lançado Caetano zii e zie). Como outros totens da MPB – Milton Nascimento e João Donato entre eles –, Caetano elogiou Gadú, muito antes de tocarem juntos. O encontro musical veio a convite da Globosat, que chamou os dois para o show de inauguração de um novo prédio da companhia. Como Paula Lavigne explica nos extras do DVD Multishow ao Vivo Caetano e Maria Gadú, a química entre os dois, no palco, foi natural, o que estimulou a ideia de uma turnê lado a lado. A gravação do álbum duplo ocorreu em dezembro de 2010, no Rio de Janeiro, no último de uma série de shows feitos pelo Brasil. Não há firulas nos arranjos – são apenas os dois no palco (ora juntos, ora separados), cada um com seu violão (ora simultaneamente, ora solo). Ao todo, são 26 músicas, divididas em dois CDs. No primeiro, a parte mais saborosa do lançamento, estão as faixas cantadas em parceria (11, todas de Caetano, exceto “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa). “O Quereres”, “Vaca Profana” e “Nosso Estranho Amor” se destacam entre as demais, surgindo perfeitas para o canto em dupla. Há uma surpresa para os fãs: “Beleza Pura”, “Rapte-Me Camaleoa” e “Vai Levando” aparecem aqui pela primeira vez em um registro oficial ao vivo do cantor (no CD 2, com Caetano sozinho, há mais duas músicas nessa condição, “Milagres do Povo” e “Genipapo Absoluto”). Do repertório de Caê, Gadú canta sozinha “Podres Poderes”. Já Caetano escolheu “Shimbalaiê” para mostrar sem acompanhamento. É o primeiro e maior hit da cantora e foi tocado à exaustão no ano passado, o que tem lá seu lado negativo. Maria Gadú a escreveu quando tinha 10 anos, fato que justifica a letra mais simplista, em comparação às suas outras faixas autorais. O segundo disco é igualmente agradável aos ouvidos, mas menos pertinente. Gadú canta sozinha “Bela Flor”, “Encontro”, “Tudo Diferente”, “Dona Cila”, “Escudos” e “A História de Lily Braun”, todas presentes em seus lançamentos anteriores. Enquanto ela mantém a postura tímida (dá para ouvila rindo encabulada ao agradecer os aplausos), Caetano interage em sua parte solo do show, dando a deixa para o coro em “Odeio” e “Desde que o Samba É Samba”. O registro em vídeo deixa transparecer o clima de reverência de Gadú, que é mostrada abraçando o ídolo, emocionada nos bastidores e chorando, no palco, quando Caetano canta “Shimbalaiê”. Com um cenário simples como a apresentação, mas bonito, o show é mostrado na íntegra, porém em ordem diferente da dos CDs. Seria difícil um produto não funcionar com duas belas vozes, acostumadas ao estilo “banquinho & violão”. No entanto, a repetição cansativa do repertório de Gadú já começa a se tornar entediante.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.56; Maio-2011

PLEBE RUDE - Rachando Concreto Ao Vivo Em Brasília

“Até Quando Esperar”, “Censura”, “A Ida”... Está tudo no álbum gravado ao vivo em Brasília, que reúne 18 faixas (no DVD são 21) e traz Clemente, ex-Inocentes, como integrante. Prato cheio para fãs da Plebe. E aí está o drama: vale para quem gosta, porque é o mais do mesmo que a banda vem tocando.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 16 de maio de 2011;


Em seu primeiro DVD, a Plebe Rude mostra a habitual atitude de inspiração punk. Com a adesão de Clemente (do grupo Inocentes), a banda rebobina hits, presta tributo a colegas de feração (como Escola de Escândalo) e apresenta a inédita “Tudo Que Podia Ser”
FONTE: Jornal O DIA, seguda-feira, 16 de maio de 2011;

THE CARS - Move Like This

Reunidos em 2010, após hiato de 22 anos, o grupo volta à cena com disco de estúdio fiel à sua obra inicial. Estacionando na transversal do seu tempo, The Cars transita por pop “power” rock. “Too Late” é hit!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

MOBY - Destroyed

Somente a sublime “Lie Down In Darkness” já vale o disco em que o DJ de Nova York (EUA) reúne temas compostos em quartos de hotel. “Sevastopol” é a faixa dançante de CD mais climático. É belo!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 16 de maio de 2011;

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ROXETTE - Collection Tour Brazil

Não se engane com o título do álbum e a foto na capa. Pegando carona na recente passagem do Roxette pelo país, o disco é uma compilação requentada dos sucessos da banda. Dez das 14 faixas já estavam numa coletânea de 1996, sinal de que eles não produziram muitos hits desde então.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

DANI MACACO - Moving

A mistura de rumba e reggae promovida pelo espanhol ganha um toque especial com as participações dos brasileiros Marcelo D2, Seu Jorge, BNegão e Nação Zumbi. Neste disco, o cantor compila sucessos dos seus seis CDs. O destaque vai para a faixa-título, que está na trilha de "Morde & Assopra"
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

GORILLAZ - The Fall

Ganha edição em CD no Brasil o quarto álbum do grupo virtual. Desta vez, o Gorillaz não soa tão interessante. Entre ruídos e experimentações, o CD destaca a canção "Amarillo". No todo, "The Fall" é denso.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

GUILHERME & SANTIAGO - Elétrico - Ao Vivo No Trio

Dupla projetada na onda do sertanejo universitário, Guilherme & Santiago lançam a inédita "Predadora" em DVD gravado ao vivo em show feito em trio elétrico no Goiânia Country Folia. O roteiro traz temas como "Tá Se Achando".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

AVIÕES DO FORRÓ - Ao Vivo Em Salvador

Para quem gosta do forró diluído e (pop)ulista do grupo cearense, o DVD decola sem susto. "Ao Vivo Em Salvador" reitera a afinidade de Ivete Sangalo com Aviões na inédita "Chover Canivete" e em "Sintonia e Desejo". Voo raso!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 09 de maio de 2011;

quarta-feira, 4 de maio de 2011

FUNDO DE QUINTAL - Nossa Verdade

Anunciado desde janeiro, o CD do grupo chega, enfim, às lojas sem decepcionar. Seja na roda baina ("Teu Jogo") ou no partido alto ("Bossa Nossa"), o quintal do Fundo ainda dá samba de primeira. Ouça!
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 02 de maio de 2011

MANÁ - Drama Y Luz

O grupo mexicano volta excessivamente pop e baladeiro em seu primeiro disco de ínéditas em cinco anos. "Lluvia Al Corazón" e "Amor Clandestino" são faixas com jeito de hit. Inclui DVD com "making of".
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 02 de maio de 2011

RICKY MARTIN - M. A. S. Musica Alma Sexo

Após seis anos sem lançar um disco de estúdio, Ricky Martin tenta voltar às paradas com um CD que tem uma pitada de Brasil. É que a faixa "Samba", uma das melhores do álbum, tem a participação de Cláudia Leitte. Outra a emprestar seu talento e Joss Stone, em "The Best Thing About Me Is You".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011

TOQUINHO - Mosaico

Disco de 2005 que está sendo relançado agora, "Mosaico" fala do descobrimento do Brasil por meio de músicas compostas por Toquinho e Paulo César Pinheiro para uma peça. Se não é um disco gostoso de se ouvir várias vezes, vale pela forma criativa com que parte da nossa História é contada.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011

ADELE - 21

Quem ouve esse CD entende por que Adele conseguiu se manter por nove semanas nas paradas da Inglaterra. O segundo álbum da cantora dá continuidade ao sucesso do primeiro, "19". Outras britânicas, como Duffy e Kate Nash, não conseguiram esse feito. Destaque para a faixa de abertura, "Rolling In The Deep".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 02 de maio de 2011


Amy Winehouse gravou o disco que a consagrou, "Back To Black" (2006), movida pela dor de ter sido largada pelo marido. Adele, cantora britânica que tem causado sensação no Reino unido este ano, foi pelo mesmo caminho ao gravar seu segundo álbum, "21", lançado este mês no Brasil. O disco é excelente e mostra como uma dor-de-cotovelo pode render belos CDs e impulsionar uma carreira.
Adele é uma versãocareta de Amy Winehouse. "21", cujo título alude à idade que ela tinha na época da gravação do CD, é em essência um recado para o ex-namorado da cantora. A artista destila alguma raiva e muita melancolia em pungentes temas autotais como "Set Fire On Rain" e "Someone Like You".
A faixa que abre o CD, "Rolling In The Deep", é um soul sombrio que, às vezes, soa quase como um blues. A música expõe de cara a potência da voz de Adele. Mas a influência do soul não se mostra tão nítida em "21" como no som de Amy Winehouse. Adele curte sua dor de amor ao som de baladas envolvidas por piano. Porém, há elementos de country, folk e (claro) soul em seu disco, produzido por Rick Rubijn e Paul Epworth.
Como o futuro de Amy Winehouse permanecer incerto (ainda que haja esperança que seu terceiro álbum seja lançado este ano), Adele tem mostrado fôlego nas paradas inglesas para ocupar no coração dos britânicos o lugar que (ainda) é de Amy. "21" merece o sucesso que tem feito por ser um disco que exprime honestidade e emoções reais.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 02 de maio de 2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

INSENSATO CORAÇÃO - Samba

O chapéu panamá de Camila Pitanga na contracapa e no encarte do disco já diz tudo: "Insensato Coração - Samba" é trilha sonora perfeita para quem gosta de uma boa gafieira. Quem não é doente do pé vai dar show no salão ao som de sucessos românticos recentes de bambas do gênero, como Zeca Pagodinho ("Poxa") e Arlindo cruz ("Não Dá"). Também há releituras de clássicos como "A Voz Do Morro" na interpretação de Marcos Sacramento, e "Tristeza", numa bela versão de Soraya Ravenle.
E quem é bom da cabeça vai gostar da irreverência de Marcelo D2, com a regravação de "A Semente", do ídolo da malandragem, Bezerra da Silva, e se divertir com "Quer Saber Da Minha Vida, Vai Na Macumba" de Dudu Nobre, uma deliciosa alfinetada nos que gostam de saber das fofocas alheias: "Madame em salão de beleza/ com toda certeza quer bisbilhotar/ Enquanto o cabelo não seca/ meu nome é peteca pra lá e pra cá".
Destaque ainda para "Panos e Planos", de Moyses Marques, e "Beijo Sem", composição de Adriana Calcanhotto, num dueto de Teresa Cristina e Marisa Monte. O que não dá pra entender é a inclusão no CD da manjada "Mulheres", de Martinho da Vila. Atravessou.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

SONGS FOR JAPAN

Com 37 faixas, divididas em dois discos, "Songs For Japan" traz alguns dos mais importantes artistas pop do mundo num projeto para angariar dinheiro para as vítimas do terremoto no Japão. Na lista estão nomes com U2 ("Walk On"), Shakira ("Whenever, Wherever") e Justin Bieber ("Pray").
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

CPM 22 - Depois De Um Longo Inverno

Quatro anos afastado dos estúdios e que a sensação que fica é que o CPM 22 nem precisava ter voltado. Longe do hardcore melódico, gênero que apresentou a banda ao Brasil, o quarteto, agora perde-se entre o ska e o punk rock. Tudo bem meia-boaca. De bom, apenas a capa, que, aliás, ficou bacaninha.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

QUIZOMBA - Vem Pra Cá Dançar!

A receita do Quizomba está longe de ser original, mas a mistura de sucessos da MPB com uma banda cheia de suingue é sempre boa. Neste álbum, gravado ao vivo, em fevereiro, no Circo Voador, estão músicas como "Olhos Coloridos", "Quando a Maré Encher", "Sonífera Ilha" e "Preta Pretinha".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

OZZY OSBOURNE - Scream - Brazil Edition

Os fãs pedem, mas não adianta: Ozzy Osbourne não quer mais saber de "No More Tears". A música, porém, está no disco e em versão ao vivo, gravada na Inglaterra, em 2010. Outras canções desse show também estão no CD, que tem ainda faixas inéditas e capa com a nossa bandeira. Presentaço para os brasileiros!
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 25 de abril de 2011;

LUAN SANTANA - Ao Vivo No Rio

Foi o próprio Luan Santana que esteve à frente da produção musical de "Ao Vivo No Rio", seu mais novo CD/DVD gravado em dezembro do ano passado, na HSBC Arena.
"- Tive apenas dois meses para formatar o espetáculo na minha cabeça. Hoje, me sinto mais seguro. No primeiro show, eu não sabia onde enfiar a mão, o que falar para a galera. Estou mais ousado". - assume o cantor, de 20 anos.
Num período de apenas cinco anos de carreira, o garoto de Campo Grande (MS) foi catapultado à fama nacional. É assim também que ele aparece, logo no início do DVD: Luan toma impulso numa plataforma debaixo do palco e, num pulo, surge diante de 15 mil fãs que lotaram a arena, na Barra. 
"- Sou bem ligado a inovações gringas. O "catapult", por exemplo, ia ser usado na turnê "This Is It", do Michael Jackson. As máquinas de fogo foram trazidas pelo meu empresário de uma feira da Alemanha" - orgulha-se o rapaz.
Mas a grande sensação do show é o sobrevoo de Luan por cima da plateia, enquanto canta a inédita "Vou Voar". Esse é o único equipamento que não será levado para a estrada nas apresentações pelo Brasil.
"- Essa experiência foi ótima!" - conta Luan que desembolsou nada menos que R$ 4 milhões para a superprodução (a gravação de seu primeiro DVD, "Luan Santana Ao Vivo", em 2009, tinha custado a bagatela de RS 1 milhão)
Além dos efeitos especiais, O DVD conta com as participações de Ivete Sangalo (em "Química do Amor"), Zezé Di Camargo & Luciano (no pot-pourri "Amor Distante/ Inquilina de Violeiro") e da cantora espanhola Belinda ("Meu Menino"). Os convidados incrementam o supershow e Luan prova que é muito mais que um rostinho bonito.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 18 de abril de 2011;