segunda-feira, 28 de março de 2011

R. E. M. - Collapse Into Now

Os fãs de Michael Syipe e sua turma podem festejar. Após três anos, o R. E. M. volta a lançar um CD de inéditas - seu 15º álbum de estúdio - e não decepciona. Sem se limitar a um estilo específico, o grupo vai desde a ótima "All The Best", com guitarras zunindo, até a melodiosa, mas não menos interessante, "Überlin".
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 28 de março de 2011




A banda de Michael Stipe parece ter despertado definitivamente de uma zona de conforto que se estabeleceu no início dos anos 00, logo após o lançamento de Reveal (2001), que desprezava o punch da banda em favor de uma vazia busca por novos sons. Isso mudou com Accelerate (2008), que foi saudado por fãs, críticos e pelos próprios integrantes como um retorno ao som mais cru e pesado, algo que eles talvez nunca tenham feito, salvo em exceções pontuais no início da carreira. Collapse into Now mostra um R.E.M. mais familiar aos fãs, retornando igualmente a um passado autorreferencial centrado sobretudo no início dos anos 90, quando a banda viveu seu pico de popularidade. Há ecos dos dois trabalhos opostos do grupo, Out of Time (1991) e Automatic for the People (1992), ou seja, há um certo conflito estético e muita, muita nostalgia. Se Accelerate era nostálgico pela recuperação da vontade irresponsável de fazer rock simples, este novo disco também olha pro passado com saudade das dúvidas e das tristezas que temos quando estamos descobrindo como as coisas funcionam. Collapse into Now tem, pelo menos, um clássico instantâneo: “Everyday Is Yours to Win”, com melodia tristonha e corais redentores. A beleza de “It Happened Today”, com vocais discretos de Eddie Vedder, e a coda instrumental em que desemboca a faixa de encerramento, “Blue”, também são sinais evidentes de que o R.E.M. tem muita.
FONTE: Revista Rolling Stone ed.55; Abril-2011


É como aquela amante que volta pra você depois de muito tempo: mesmo os velhos encantos podem causar estranhamento ou recepção fria. Após longo declínio criativo, o R.E.M. ensaia recuperação - não cumprida em Accelerate, de 2008 - neste álbum semi-inspirado e com participações dispensáveis de Eddie Vedder e Peaches, "Uberlin", "Walk It Back" e "Oh My Heart" são as mais baixáveis e adoráveis. Mas ainda é esquisito ver a poesia de Stipe, por décadas apenas sugerida, balbuciada, adivinhada e envolta em mística, oferecida no encarte ali, nua, glabra feito a cabeça do vocalista. Definitivamente, envelhecer no classic rock tem muito mais glamour no pós-punk.
FONTE: Revista Billboard Brasil ed.18; Abril-2011




Em sua extensa e brilhante carreira, o R.E.M acostumou seu público com constantes guinadas estéticas. Um álbum de rocks ligeiros, podia ser sucedido por um experimental, que poderia dar vez a um só de baladas. O novo não tem uma cara tão definida, mas os mais maldosos dirão que é o típico disco fim de contrato. Com um pé fora da gravadora, o grupo acionou o piloto automático e surgiu com um repertório que cobre todas as facetas já mostradas anteriormente. Mesmo sem ambição, o R.E.M. ainda é capaz de fabricar uma Mine Smell Like Honey.
FONTE: Revista BRAVO! ed.164; Abril-2011

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