terça-feira, 15 de março de 2011

RADIOHEAD - The King Of Limbs

Depois de muita ansiedade, algum mistério e uma visita inesperada no dia 18 de fevereiro, você enfim conseguiu levar o oitavo disco do Radiohead para casa. Luzes apagadas no quarto, você e ele, enfim sós. Mas sua fama de difícil já é notória. Será que é possível se dar bem com The King Of Limbs? Sim, mas o segredo é: deixe ele te conquistar. Seguem dicas valiosas.
Nas preliminares, o ritmo é o mais importante Você vai se frustrar se esperar muito das melodias na primeira metade do álbum. "Bloom" começa desajeitada, com levada de ventilador desajustado prestes a desabar, mas a guitarra abafada de "morning Mr. Magpie" tem groove e em "Little By Little" dá até pra embalar bate-coxa. "Feral" é um momento de sintonia quase impossível. Nessa hora, vale tudo pra não cair no sono, até beliscar o próprio braço.
A penúria é recompensada: a partir de "Lotus Flower", as melodias florescem. A música até se parece com uma música. Se precisar, pense na nerdice pornográfica da dança do clipe para não se entediar. Os pianos de "Codex", o violão de "give Up The Ghost" e a guitarra de "Separator" descem bem. No início, dá pra fechar os olhos e chamar de "morning Bell", "How To Disappear Completely" e "Optimistic", do Kid A (2000). Mas, com o tempo, é possível curtir o momento e amá-los pelo que realmente são.


FONTE: Revista Billboard Brasil ed.17; Março-2011

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