segunda-feira, 4 de abril de 2011

LEANDRO SAPUCAHY - Malandro Também Ama

O clima de pacificação que tomou conta do Rio com a instalação das UPPs contagiou até o samba de Leandro Sapucahy. Quem estava acostumado às letras engajadas e políticas que marcaram os trabalhos anteriores do cantor conhecerá uma nova faceta dele no disco "Malandro Também Ama".
No quarto CD de sua carreira, Sapucahy deixa de lado os elementos de hip hop para investir num clima descontraído e mergulhar de vez no estilo romântico, que ele já apresentava timidamente durante os seus shows. Sem abandonar o tema da favela ele apresenta 14 músicas que falam essencialmente sobre amor.
Algumas letras chegam a lembrar sua veia engajada: "Lados Paralelos" tem versos como "De amor, meu coração foi baleado". Mas a mudança de estilo fica clara com a escolha de seis composições sentimentais de Serginho Meriti - como "Depois Daquele Adeus", "A Que Deixou Mais Saudade" e "É Coração". E se comprova na canção "Tá Mal Na Moldura", que tem a participação do grupo Revelação, uma estrela do samba meloso. Apesar das diferenças ideológicas, a nova experiência não perde em qualidade para os trabalhos anteriores de Sapucahy.
FONTE: Jornal Extra, segunda-feira, 04 de abril de 2011




Até parece que uma UPP ocupou o coração de Leandro Sapucahy e pacificou sua discografia! No seu quarto CD, "Malandro Também Ama", o cantor troca radicalmente a crítica social - monte de seus dois primeiros discos, "Cotidiano" (2006) e o ao vivo "Favela Brasil" (2008) - pelo samba romântico. De certa forma, trata-se de volta às origens, já que Sapucahy despontou no mercado fonográfico como produtor de grupos de pagode romântico.
Dedicado a Zeca Pagodinho e produzido pelo próprio Sapucahy, "Malandro Também Ama" apresenta repertório essencialmente inédito. O maior destaque da safra romântica, no entanto, é "A Que Mais Deixa Saudade", samba bonito de Serginho Meriti, já gravado por Alcione em seu álbum "Faz Uma Loucura Por Mim" (2004).
Aliás, é da lavra de Meriti, em parceria com Mariozinho Lago, outro samba que se destaca no CD, "Não Quero Mais Saber De Nada". O problema de "malandro Também Ama" é que, à medida que avança, o disco fica repetitivo ao bater exaustivamente na tecla amoroso. "Militante do Amor", por exemplo, soa trivial. Em contrapartida, "Favela Fashion Week", análise bem humorada dos figurinos e formas das mulheres das comunidades, dá tom descontraído a este CD em que Sapucahy chora amores perdidos, não balas.
FONTE: Jornal O DIA, segunda-feira, 04 de abril de 2011

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